A ampliação do transporte sobre trilhos tem que ser prioridade não só para o futuro presidente do País, mas também para os governadores. Seja nos estados que já têm uma malha ampla, como São Paulo e Rio de Janeiro, mas principalmente naqueles que operam sistemas capengas, que necessitam de investimentos urgentes - como é o caso de Pernambuco, que assiste passivamente à destruição do Metrô do Recife.
Além destes, há ainda as cidades que já deveriam ter sistemas metroferroviários - que são de alta capacidade - para atender à população. O País tem 1.105 quilômetros de linhas e mais de três mil quilômetros de projetos de transporte de passageiros sobre trilhos mapeados para implantação.
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Esses projetos, inclusive, representariam três vezes mais a extensão dos sistemas hoje em operação. Mas não saem do papel porque a concretização deles exige decisão política, recursos e firmeza públicas.
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Os dados são da Associação Nacional dos Transportadores de Passageiros sobre Trilhos (ANPTrilhos), que elaborou o documento Eleições 2022 - Propostas para o Avanço da Mobilidade Urbana Nacional, que expõe aos candidatos à Presidência e governos estaduais as propostas para o crescimento da rede de trilhos.
O argumento principal que embasa o estudo é a necessidade de ampliar a malha, já que a rede metroferroviária brasileira possui 21 sistemas que cobrem menos de 50% do território nacional. Passivo importante a ser considerado num País com as dimensões continentais como o Brasil.
“Por isso mesmo precisa de uma rede de transporte público integrada e eficiente, à exemplo da Europa, um continente com dois milhões de km² a mais que o Brasil e com 250 mil km de trilhos. Precisamos investir no transporte público sobre trilhos, proporcionando deslocamentos rápidos e seguros aos milhões de brasileiros que dependem desse tipo de condução todos os dias”, enfatiza Joubert Flores, presidente do Conselho da ANPTrilhos.
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Apenas 11 estados e o Distrito Federal têm algum tipo de transporte de passageiros sobre trilhos, muitos deles pequenos, sem expansões há décadas e com problemas de manutenção.
10,9 milhões de pessoas usam o transporte metroferroviário diariamente (dia útil)
71,30% utilizam o transporte para trabalhar
3,9 bilhões de passageiros transportados por ano
21 sistemas de transporte urbano de passageiros sobre trilhos, distribuídos em 11 estados e no DF
16 empresas operam os sistemas, sendo 8 delas de capital privado
R$ 17 bilhões é o déficit financeiro estimado com a pandemia de covid-19
Economia de R$ 23 bilhões por ano, sendo:
Economia de R$ 296 milhões em custos com sinistros de trânsito
Redução de R$ 1 bilhão de horas nos deslocamentos
Redução de 1,6 milhão de toneladas nas emissões de poluentes
Economia de 847 milhões de litros de combustível fóssil
O setor apresenta quatro propostas para o crescimento da rede metroferroviária: Reformulação do Marco Legal do transporte público urbano; Criação de uma política de financiamento; Criação da autoridade metropolitana de Transporte e de um plano nacional de desenvolvimento do transporte ferroviário de passageiros.
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Os 3 mil quilômetros de projetos de transporte de passageiros sobre trilhos que aguardam execução estão distribuídos em mais de 70 trechos de metrôs, trens urbanos, veículos leves sobre trilhos (VLT), trens regionais e inter-regionais, segundo a ANPTrilhos.
O Estado de São Paulo concentra o maior número de trechos, com mais de 800 quilômetros. O Distrito Federal soma 500 quilômetros de trens de passageiros. No Estado do Rio de Janeiro são mais de 330 quilômetros para andamento. Enquanto na Bahia os projetos totalizam mais de 240 quilômetros de extensão.
Já no Rio Grande Sul são mais 85 quilômetros de linhas para implantação. Esses projetos somam-se a outros divididos em diferentes regiões brasileiras e que podem ampliar o atendimento de transporte de passageiros sobre trilhos do País.