Embora menos famosas, as praias do Litoral Norte de Pernambuco levam vantagem sobre as do Sul quando o recorte é a infraestrutura de acesso. A malha rodoviária que chega a praias como Ponta de Pedras, em Goiana, na Mata Norte do Estado, e Itamaracá, na Região Metropolitana do Recife, por exemplo, está numa situação bem melhor do que a região Sul.
De cara, no entanto, é preciso alertar que são todas rodovias ruins. Pelo menos no caso das PEs. A sinalização horizontal praticamente inexiste, a vertical virou lenda há muito tempo, e não há acostamento em toda a extensão, independentemente da rodovia. Também é comum ver a vegetação invadindo a faixa de rolamento.
Todas as PEs da região estão assim: PE-49, acesso a Ponta de Pedras, PE-035, que leva à Ilha de Itamaracá, ou PE-14, no acesso a Mangue Seco. Assim como a PE-15 e a PE-22, que são bem mais urbanas e levam à Maria Farinha.
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São estradas que, embora não estejam tomadas por buracos como as do Litoral Sul, não têm nada além de um pavimento razoável. O que é de se esperar, já que a demanda de turistas e visitantes nas praias do Litoral Norte é muito menor do que a registrada no Litoral Sul.
A PE-49, por exemplo, segue com um pavimento bem razoável, mas sem acostamento e qualquer tipo de sinalização - inclusive a horizontal, o que demonstra que há muito tempo o poder público não cuida como deveria. Sinuosa, torna-se perigosa devido a essas ausências.
A rodovia, inclusive, vem sofrendo um processo de degradação nos primeiros dez quilômetros devido ao excesso de carga de caminhões que retiram areia e a transportam pela via de acesso ao vilarejo de Atapuz, uma vila de pescadores situada entre o Canal de Santa Cruz e a Ilha de Itapessoca, no município de Goiana.
Segundo denúncia de moradores, os caminhões levam o material para o Grande Recife e, por não enfrentarem fiscalização, desrespeitam o limite de peso, impactando diretamente no desgaste da rodovia. “Isso começou há um ano, aproximadamente. Destruíram a estrada que leva para Atapuz e já começamos a ver que estão estragando também a de Ponta de Pedras. Pelo menos no trecho até a BR-101. É o excesso de peso da carga”, denuncia o empresário cultural Livaldo Alves de Melo, conhecido como Pernambuco.
Os acessos às praias da Ilha de Itamaracá e de Igarassu estão na mesma situação: não são dos piores, mas também não são estradas boas e seguras. A PE-035, que corta Itapissuma e chega à Itamaracá, é um exemplo. O mesmo acontece com a PE-014, em Nova Cruz, que dá acesso à Praia de Mangue Seco. O motorista desatento pode ser surpreendido por um ou outro buraco. E, ao longo de toda viagem, não contará com sinalização ou acostamento. Isso é certo.
DIFÍCIL ACESSO ÀS PRAIAS DO SOSSEGO E ENSEADA DOS GOLFINHOS
A pavimentação da estrada vicinal que leva às Praias do Sossego, Enseada dos Golfinhos e Pontal de Itamaracá, numa extensão de aproximadamente dez quilômetros, é quase uma lenda urbana na região.
A estrada chegou a ser preparada para a implantação, ainda no segundo governo de Miguel Arraes (PSB) - ou seja, quase 30 anos atrás -, mas as obras não avançaram. Apesar de tudo estar pronto, inclusive com recursos garantidos via Prodetur. Até hoje parte das pessoas que moram e veraneiam na região aguardam.
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“Infelizmente, seguimos esperando pela pavimentação da estrada. Apesar de a Prefeitura de Itamaracá estar sempre passando a máquina para garantir a trafegabilidade, o fato de ela ainda ser vicinal prejudica o acesso às praias e, consequentemente, a economia local. A implantação da rodovia é fundamental para ajudar o turismo”, alerta Rubem Catunda, ex-prefeito de Itamaracá e empresário do setor turístico.
BR-101 NORTE
Outro alerta precisa ser feito para quem planeja pegar a estrada em direção ao Litoral Norte pernambucano. Até mesmo a BR-101 Norte, referência viária, já tem diversos problemas de pavimento que, como é costume, começam a ser solucionados com remendos de asfalto sobre o concreto, destruindo o que foi feito e potencializando os riscos de sinistros de trânsito (não é mais acidente de trânsito que se diz, segundo a ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas). É preciso estar alerta.