No início da noite desta terça-feira (1º), a CBTU Recife informou que hoje dois trens da linha Sul apresentaram falhas operacionais, o que ocasionou paralisação total da operação da linha. A linha Sul é formada por um ramal único, com doze estações, entre o Recife e Cajueiro Seco - destino final.
De acordo com a CBTU, "a manutenção já deslocou-se para o local, mas no momento (19h34), não há previsão de retorno da operação nesse ramal".
Sem apresentar alternativas aos usuários, a CBTU pediu "desculpas pelos transtornos", e informou que já foi feito contato com o Consórcio Grande Recife para suporte extra de linhas que atendem essa demanda.
METRÔ DO RECIFE
O Metrô do Recife, segundo os metroviários, precisa de R$ 300 milhões por ano, mas tem recebido, no máximo, R$ 60 milhões. Ou seja, vem sobrevivendo com um déficit de R$ 240 milhões. A conta do sucateamento do sistema pernambucano, entretanto, é ainda maior do que apontam os metroviários.
Os estudos das equipes técnicas do BNDES e Secretaria de Planejamento de Pernambuco (Seplag) que embasaram a proposta de estadualização e posterior concessão pública indicaram a necessidade de R$ 3,8 bilhões em aportes públicos para reerguer o sistema e cobrir a diferença entre receita tarifária e despesa de operação.
O processo de estadualização e concessão pública do Metrô do Recife seria iniciado ainda em 2022, mas o governador Paulo Câmara engavetou pessoalmente a proposta para atender aos metroviários, que fizeram pressão e aproveitaram as eleições 2022 para isso.
A modelagem e os valores tinham sido apresentados ao Ministério da Economia no fim de 2021 e chegaram a ser validados pela equipe técnica que está à frente dos estudos. Na proposta, o governo de Pernambuco seria o gestor do futuro contrato de concessão pública, um pacote de R$ 8,4 bilhões em 30 anos. Desse total, R$ 3,8 bilhões seriam os aportes públicos.
Sendo, R$ 3,1 bilhões mobilizados pelo governo federal e R$ 700 milhões pelo governo de Pernambuco. E, dos R$ 3,1 bilhões bancados pela União (Ministério da Economia), R$ 1,4 bilhão seriam recursos que ficariam guardados para serem utilizados pelo Estado ao longo do contrato de concessão pública.
O R$ 1,4 bilhão seria a reserva para garantir o equilíbrio econômico financeiro do contrato, já que os estudos realizados em dois anos já apontaram que a receita gerada pela demanda de passageiros do Metrô do Recife não será suficiente para cobrir o custo de operação. O modelo que seria adotado pelo governo do Estado é o de concessão pública simples, sem contrapartida financeira ao longo do contrato.