Trânsito, transportes e mobilidade urbana, com Roberta Soares

Mobilidade

Por Roberta Soares e equipe
TRANSPORTE POR APLICATIVO

FIM DO UBER: empresa se POSICIONA sobre PREVIDÊNCIA para MOTORISTAS PARCEIROS

Uber se posiciona sobre polêmica criada com o ministro do Trabalho, Luiz Marinho

Cadastrado por

Roberta Soares

Publicado em 10/02/2023 às 11:40 | Atualizado em 10/02/2023 às 11:41
Novo golpe da Uber: entenda como funciona novo golpe em que motoristas da Uber fazem viagem sem passageiro - Pixabay

Em um comunicado corporativo firme, no qual garante que não vai sair do Brasil, a empresa Uber também sai em defesa de uma Previdência Social para os motoristas parceiros. O posicionamento da gigante da mobilidade foi em resposta à polêmica cada vez mais crescente sobre a criação de regras trabalhistas para o serviço de transporte por aplicativo no País - que ganhou novo corpo com o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

A Uber afirma que desde 2021 tem defendido, inclusive publicamente, uma regulamentação que inclua os trabalhadores via aplicativo na Previdência Social. O modelo defendido prevê as plataformas facilitando a inscrição e pagando uma parte das contribuições, em modelo proporcional aos ganhos de cada parceiro.

RAZÕES PARA A UBER NÃO SAIR DO BRASIL

No comunicado, a Uber afirma que não deixará o Brasil. As razões para isso? Financeiras, lógico. A plataforma diz, no comunicado, que conecta 30 milhões de pessoas que buscam viagens com mais de 1 milhão de parceiros no País.

E que a plataforma é a intermediadora dessa geração de renda - compromisso sobre o qual tem responsabilidade. Além disso, mostra números que confirmam a sua grandiosidade: repasse de R$ 76 bilhões aos motoristas parceiros e pagamento de R$ 4,9 bilhões em tributos desde que chegou ao Brasil - por volta de 2015.

REAÇÃO AO MINISTRO DO TRABALHO

A negativa da plataforma foi feita em relação à confusão criada depois que o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, disse que a empresa poderia deixar o País que não faria falta, e que “colocaria” os Correios para assumir o mesmo serviço.

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A declaração foi dada ao jornal Valor Econômico e em resposta ao questionamento sobre a possibilidade de uma regulamentação trabalhista das plataformas digitais - defendida ampla e abertamente por Lula e sua equipe - fazer a Uber deixar o Brasil.

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O ministro disse que uma reação do tipo não passaria de “chantagem”. O governo federal defende a criação de regras para a relação com os parceiros. A defesa das normas, inclusive, ganhou o apoio de instituições de pesquisa e de pesquisadores sobre as relações de trabalho. 

VEJA O POSICIONAMENTO DA UBER:

Compromisso com o Brasil

A Uber esclarece que não vai sair do Brasil. Hoje, a Uber conecta em todo o país 30 milhões de pessoas que buscam viagens com mais de 1 milhão de parceiros, que encontraram na plataforma uma forma de gerar renda.

A Uber permanece comprometida com investimentos de longo prazo em tecnologia e inovação para aumentar ainda mais seu impacto positivo nas cidades brasileiras, como demonstra o Relatório de Impacto divulgado recentemente pela consultoria Public First. O documento aponta, por exemplo, que a empresa repassou R$ 76 bilhões aos motoristas parceiros e pagou R$ 4,9 bilhões em tributos desde que chegou ao país.

Em relação à declaração do ministro do Trabalho, Luiz Marinho, em entrevista ao jornal “Valor Econômico”, a Uber esclarece também que não ameaçou sair da Espanha. Durante a discussão regulatória naquele país, a empresa divulgou estimativas sobre o impacto das medidas e apontou a contrariedade dos próprios entregadores com a regulamentação, que acabou resultando na migração forçada de muitos profissionais para o modelo de operadores logísticos (sem cadastro direto nos aplicativos) e reduziu o número de pessoas trabalhando na atividade na casa dos milhares. A Uber continua suas operações na Espanha e tem apresentado ao governo os problemas identificados na implementação da regulação.

No Brasil, a Uber defende publicamente, desde 2021, uma regulação que promova a inclusão dos trabalhadores via aplicativo na Previdência Social, com as plataformas facilitando a inscrição e pagando uma parte das contribuições, em modelo proporcional aos ganhos de cada parceiro.

O posicionamento da empresa foi construído após pesquisas realizadas pelo Instituto Datafolha tanto com motoristas e entregadores, que rejeitaram o vínculo empregatício e apontaram a flexibilidade de trabalho como principal atrativo dos aplicativos, quanto com a população brasileira, que revelou apoiar mudanças para ampliar a cobertura da Previdência aos trabalhadores via aplicativos.

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