Elas são maioria e já dominaram o mundo… Isso não é mais novidade. Agora, as mulheres dominam também setores profissionais que até então eram considerados redutos masculinos, como o transporte público e a condução de motocicletas, por exemplo.
Neste Dia Internacional da Mulher, comemorado em 8 de março, os números mostram que o setor do transporte coletivo já é dominado por elas. Que é um exemplo positivo de conquista onde as mulheres começam a ter igualdade de oportunidades e perspectivas de crescimento.
É o que acontece, por exemplo, no sistema BRT. Na BRT Sorocaba e no Consorcio Sorocaba (Consor), empresas que operam no interior de São Paulo, por exemplo, 189 mulheres estão presentes em diferentes setores, formando um time plural.
As profissionais são responsáveis pela condução de ônibus, fiscalização, manutenção, conservação e administração de toda uma operação. Ou seja, estão por toda a parte.
PASSAGEIROS BENEFICIADOS POR ELAS
Os mais de 104 mil passageiros que são transportados diariamente pelos dois sistemas são beneficiados pelos serviços realizados por elas juntamente com os demais colaboradores. Assim, entregando para a cidade um serviço de qualidade para a população.
Sou motorista por paixão e esse romance com o transporte começou ainda na infância. Em minha família tem muitos caminhoneiros, por isso, sempre tive proximidade com veículos grandes. Iniciei trabalhando em fretamento por 7 anos e depois comecei no transporte urbano. Para conquistar este espaço, apostei alto e deu certo. Foi necessário esforço, qualificação e persistência para sempre fazer o melhor. Para todas as mulheres que desejam um dia se tornar motoristas, digo que busquem e não importa quanto tempo demore, continuem acreditando”.Márcia Giampietro, 45 anos, motorista
Andréa Liupekevicius, líder e supervisora de Recursos Humanos, destaca que as empresas vibram com a evolução técnica e incentivam que as profissionais alcancem lugares cada vez maiores.
“Ao falar de transporte coletivo é comum que as pessoas associem imediatamente à figura masculina, já que durante muito tempo a maioria dos profissionais eram só homens. Mas, graças à conquista de igualdade de direitos e oportunidades, esse cenário mudou muito”, afirma a supervisora.
“Sou uma mulher guerreira, emotiva, muito alegre e trago essa leveza para a rotina do trabalho. Comigo não tem tempo ruim. Chegou, a gente resolve. Vamos administrando os obstáculos que surgem, mas sempre se fortalecendo e vencendo. Este ano, completo 6 anos de empresa e tenho muito orgulho de ser uma mulher da área de transporte. Todos os dias, cresço um pouco mais e aprendo muito com os colegas e a chefia. Tenho muita gratidão em meu coração”.Marlene de Lima, 58 anos, lavadora de autos
“Agora, o transporte coletivo é formado por profissionais de ambos os sexos que atuam de forma colaborativa e unindo esforços por um único objetivo. É inspirador ver o crescimento delas dentro da operação”, explica.
MULHERES DOMINAM AS MOTOCICLETAS
As mulheres não se meteram apenas no setor de transporte público. Estão cada vez mais próximas da condução de motocicletas, outro reduto masculino. Conduzir motos é uma hábito que cresce a cada dia entre as mulheres brasileiras.
“Trabalhando no setor de transporte coletivo aprendi a me posicionar como mulher, acreditei em mim mesma e topei desafios que não imaginaria que me trariam onde cheguei hoje. Comecei no transporte como aprendiz, me tornei agente de bordo, trabalhei no monitoramento de imagens, operação e CCO. Agora, estou como operadora no Departamento Pessoal. Quero lembrar as mulheres que tenham empatia, sejam corajosas, jamais esqueçam seu valor e transbordem gentileza. Falo para elas, mas também vale para todos, independente, de gênero”.Gabriela Pardim, 26 anos, operadora do Departamento Pessoal
Dados da Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran, antigo Denatran), analisados pela Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares (Abraciclo), atualmente quase 9 milhões de mulheres têm habilitação para motos (categoria A).
Nove anos atrás, eram 5 mil habilitadas, ou seja, um crescimento de 76,5%. Apesar do crescimento expressivo, elas ainda são minoria e representam 24% dos habilitados. Em 2013, esse índice era de 20,2%. Entre os fatores atribuídos para o aumento de condutoras, segundo a Abraciclo, está o empoderamento feminino.