As blitzes da Operação Lei Seca foram ampliadas em mais de 50% nas rodovias federais do País. Dados do primeiro trimestre de 2023 apontam que as abordagens a motoristas que ainda insistem em beber e dirigir cresceram 51% em relação ao mesmo período do ano passado.
Enquanto em 2023 foram realizadas 13.379 fiscalizações, em 2022 foram 8.839. Os dados são da Polícia Rodoviária Federal (PRF), analisados pela Associação Mineira de Medicina do Tráfego (Ammetra).
Balanço parcial fornecido pela PRF, no entanto, aponta que os motoristas estão bebendo mais antes de assumir a direção. Embora tenha havido uma redução de 20% no número de autuações por descumprimento da Lei Seca, foi registrado um aumento de 24,5% nas autuações por recusa, ou seja, quando o motorista se nega a fazer o teste do etilômetro.
Nesses casos, vale ressaltar, os condutores são autuados por alcoolemia do mesmo jeito. A multa é a mesma: quase R$ 3 mil e a suspensão da CNH depois que o processo administrativo for finalizado.
No primeiro trimestre de 2022 a PRF registrou 4.393 autuações por dirigir sob o efeito do álcool. No mesmo período de 2023 foram 3.518 registros. Já em relação à recusa ao teste do bafômetro, foram 10.597 autuações em 2022 contra 13.197 em 2023.
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“A quantidade de condutores que se recusa a fazer o teste pensando que se livrará do rigor da lei continua alta e demonstra a necessidade de ampliação dessas fiscalizações se quisermos, de fato, dar mais segurança ao trânsito”, observa o diretor científico da Associação Mineira de Medicina do Tráfego, Alysson Coimbra.
Dados 1º trimestre de 2022
Sinistros de trânsito: 15.087
Feridos: 17.250
Mortos: 1.289
Dados 1º trimestre de 2023
Sinistros de trânsito: 15.512
Feridos: 18.231
Mortos: 1.242
Estudos científicos fazem relação direta entre o consumo de álcool e o aumento de sinistros de trânsito (não é mais acidente de trânsito que se define. Entenda). Levantamento de 2016 do Instituto Médico Legal de São Paulo mostrou que cerca de 40% das vítimas fatais de trânsito registraram presença de álcool no sangue.
O Brasil segue matando demais no trânsito. Nem mesmo a pandemia de covid-19, que trancou a maioria da população em casa por meses, foi suficiente para tornar os motoristas menos irresponsáveis ao volante. Ao contrário, a velocidade e a mistura de álcool e direção explodiram.
Os dados mais atualizados do DataSUS do Ministério da Saúde, fechados esta semana, apontam que o trânsito no Brasil matou 33.813 em 2021. Esse número representa um crescimento de 3,5% em relação a 2020, quando o País teve 32.716 mortes.
Embora de dois anos atrás, os dados de 2021 são os mais atualizados pelo DataSus, que mantém um hiato superior a um ano para fechar as estatísticas de mortes no trânsito.
O DataSUS considera os códigos CID-10 V01 a V89, ou seja, vítimas pedestres, ciclistas, motociclistas e motoristas.