Embora não tenha sido uma greve geral por tempo indeterminado, a paralisação de 48h dos metroviários também provocou impactos no Grande Recife. O Metrô do Recife não conseguiu operar nenhuma das linhas elétricas (Centro e Sul) e diesel (VLT), nem mesmo nos horários de pico da manhã e da noite, afetando mais de 200 mil pessoas que dependem do sistema diariamente.
Os metroviários aprovaram o movimento na noite desta terça-feira (25), que seguirá até às 22h da quinta (27/7). A paralisação ganhou força com a greve geral dos motoristas de ônibus, iniciada à 0h desta quarta (26), afetando, em conjunto, 2 milhões de passageiros. Devido à adesão total da categoria ao movimento, a Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) no Recife também acionou a Justiça para tentar garantir, ao menos, a operação nos horários de pico da manhã e da noite.
“A CBTU Recife lamenta a decretação de greve de 48h a partir da meia noite de ontem, 25, mas respeita a decisão da categoria, contudo não poderia deixar de assistir a população e por isto, deu entrada em pedido judicial para cumprimento do serviço nos horários de pico, das 5h30 às 8h30 e das 17h30 às 19h30”.
Os metroviários estão em Estado de Greve desde o fim do mês de abril como pressão para forçar o governo federal a retirar a CBTU do Plano Nacional de Desestatização (PND), o que não aconteceu mesmo após sete meses da gestão Lula. A categoria está revoltada com a postura do governo federal.
Além disso, alega que, em junho, a Administração Central da CBTU sentou com os sindicatos do Recife, João Pessoa, Maceió e Natal e fechou uma proposta de Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) 2023/2024, que agora diz não poder cumprir porque o governo federal não aceitou.
A minuta previa um aumento de 15% no salário base da categoria, que passaria de R$ 2 mil para R$ 2.725 e a garantia de emprego no caso da concessão pública ou da privatização do Metrô do Recife. Mesmo pedindo 25%, a categoria teria cedido à proposta.
Por nota, a CBTU Recife informou que submeteu o ACT ao governo federal e que ele não foi autorizado. “Em relação ao Acordo Coletivo 2023/2024, a CBTU submeteu, para apreciação à Secretaria de Coordenação das Estatais (SEST), a proposta que foi discutida conjuntamente com os sindicatos. No entanto, a proposta não foi aprovada e as negociações continuam em andamento”.
O Sindicato dos Metroviários de Pernambuco (Sindmetro) informou que a adesão da categoria à paralisação de 48h foi 100%, envolvendo, principalmente, os funcionários da manutenção e operação. Por isso, nenhuma composição rodou.
Segundo Luiz Soares, uma nova assembleia já está marcada para a terça-feira (1º de agosto), também às 18h, na Estação Recife do metrô, no bairro de São José, Centro da capital pernambucana.
“E, dessa vez, de fato, será para aprovar uma greve geral, já que não temos visto nenhum avanço. Nem o cumprimento do Acordo Coletivo de Trabalho, muito menos sobre a retirada da CBTU do Plano Nacional de Desestatização”, afirmou.