A população que utiliza o transporte público da Região Metropolitana do Recife terá que lidar, mais uma vez, com paralisação do Metrô do Recife, após sofrer com seis dias de greve dos motoristas de ônibus.
Nesta quarta-feira (02), em assembleia, os metroviários decidiram parar por tempo indeterminado.
"Com a decisão, o Metrô do Recife não funcionará a partir desta quinta-feira, 3 de agosto", disse o Sindmetro-PE, em nota.
O Metrô do Recife transporta, por dia, aproximadamente 200 mil passageiros no Grande Recife.
É a terceira vez que a categoria delibera sobre o assunto e decide por uma paralisação. No dia 12 de julho, os metroviários decretaram paralisação de 24 horas e o Metrô do Recife não funcionou no dia seguinte, após a empresa descumprir o compromisso da minuta do acordo assinado em ata no dia 19 de junho deste ano, segundo o sindicato.
O presidente do Sindmetro-PE, Luiz Soares, criticou a direção da CBTU, alegando que "desde o governo Bolsonaro não mostrou nenhum compromisso com a população na busca por recursos".
“Em agosto do ano passado, a direção deste sindicato estava em Brasília, reunidos no Ministério de Desenvolvimento Regional na luta para trazer recursos de verbas de investimentos e de manutenção para CBTU. Sendo que isso é papel da empresa e ela não nunca fez e continua sem o compromisso com a população”, disse.
Depois da paralisação de 24h, os metroviários de Pernambuco realizaram uma segunda suspensão dos serviços, dessa vez de 48h, com início no dia 25 de julho.
As duas paralisações tiveram adesão em massa dos metroviários e, no caso da segunda, o movimento deu força à greve geral dos motoristas de ônibus, que parou o Grande Recife por seis dias e terminou no dia 31 de julho.
Os metroviários estavam em Estado de Greve desde o fim do mês de abril como pressão para forçar o governo federal a retirar a CBTU do PND, o que não aconteceu mesmo após sete meses da gestão Lula. A categoria está revoltada com a postura do governo federal.
Além disso, alegam que, em junho, a Administração Central da CBTU sentou com os sindicatos do Recife, João Pessoa, Maceió e Natal e fechou uma proposta de Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) 2023/2025, que agora diz não poder cumprir porque o governo federal não aceitou.
A minuta previa um aumento de 15% no salário base da categoria, que passaria de R$ 2 mil para R$ 2.725 e a garantia de emprego no caso da concessão pública ou da privatização do Metrô do Recife. Mesmo pedindo 25%, a categoria teria cedido à proposta.