O Metrô de São Paulo aplicou punições a nove operadores de trem devido a "faltas graves" durante uma greve no metrô em 12 de outubro, que a direção classificou como "surpresa".
Ao todo, cinco funcionários foram demitidos, um foi suspenso por 29 dias, e três outros, com estabilidade sindical, foram suspensos sem remuneração e estão sujeitos a um inquérito no Tribunal Regional do Trabalho.
O tribunal irá investigar as faltas graves e decidirá sobre a demissão ou a permanência dos trabalhadores. Um dos punidos é o vice-presidente do Sindicato dos Metroviários de São Paulo.
DEMISSÕES DEVIDO À PARALISAÇÃO DO METRÔ NO DIA 12
Segundo o Metrô, as punições foram baseadas em um reunião de provas que indicaram má conduta dos profissionais durante uma paralisação no dia 12 de outubro.
A mobilização dos metroviários no dia 12 consistiu em uma paralisação da Operação dos trens, que teria sido uma resposta a advertências aplicadas no Tráfego da Linha 2.
No dia 16, o Sindicato dos Metroviários habia feito um protesto em reação às advertências aplicadas pelo Metrô, que segundo a categoria seriam uma punição à greve do metrô SP realizada no dia 3 de outubro.
O sindicato havia denunciado que o Metrô vinha "buscando coletar as imagens do dia da paralisação, numa tentativa de intimidar os trabalhadores que protagonizaram uma massiva mobilização na última quinta-feira", dia 12.
Em nota, na semana passada, o Governo de São Paulo afirmou que a advertência "não tem nada a ver com o objeto de greve recente, em 3/10, não implica em suspensão ou demissão e que não há sequer impactos na remuneração".
No entanto, nesta terça-feira (24), o Metrô anunciou as demissões e suspensões dos funcionários. A empresa considerou que a paralisação serviu a interesses privados e foi realizada sem aviso prévio ou autorização da assembleia da categoria dos metroviários.
Ainda segundo o Metrô, outros casos estão sendo avaliados e há possibilidade de novas punições.
SINDICATO MARCOU NOVA ASSEMBLEIA PARA HOJE
O Sindicato dos Metroviários de São Paulo criticou as demissões, afirmando que foram retaliações pela grande paralisação que ocorreu em 3 de outubro.
O sindicato alega que as punições visam enfraquecer a categoria na luta contra a privatização dos serviços públicos pelo governador.
A presidenta do sindicato, Camila Lisboa, se manifestou nas redes sociais sobre as punições, classificando-as como uma "atitude arbitrária e antissindical".
Ao invés disso, o governador pune, demite e persegue trabalhadores que estão batalhando em defesa dos serviços públicos. Este é o bolsonarismo na versão Tarcísio.
— Camila Lisboa (@CamilaRDLisboa) October 24, 2023
Amanhã, teremos uma Assembleia para organizar a luta e a resistência contra esses absurdos.
Lisboa afirma que a categoria irá realizar uma nova assemblei hoje (25) "para organizar a luta e a resistência contra esses absurdos".
HOJE TEM GREVE DO METRÔ DE SP?
Apesar da reação do sindicato dos metroviários, não há greve do metrô SP planejada para esta quarta-feira (25).
HAVERÁ GREVE DO METRÔ SP AMANHÃ?
Uma data importante marcada no calendário desta semana é uma mobilização na quinta-feira, 26, dia em que se celebra o Dia Nacional de Lutas das Metroviários e Metroviários.
No entanto, até o momento, não há definição do sindicato sobre qual ação será realizada amanhã. Novas informações devem ser divulgadas após a assembleia que ocorre hoje.