Com uma carteira próxima a R$ 200 bilhões, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) quer ajudar a viabilizar projetos inovadores que sejam ambientalmente sustentáveis no País. Segundo o presidente do banco, Aloísio Mercadante, entre as áreas aptas a receber financiamento do banco estão as de hidrogênio verde; transportes coletivos elétricos; combustível sintético; e baterias elétricas.
No caso dos transportes, Mercadante defendeu que o Brasil precisa criar empresas de leasing para o ônibus, uma vez que nem todas as operadoras têm condições de comprar veículos. Leasing é um contrato de arrendamento mercantil que funciona de forma similar à de um aluguel. Ele, no entanto, oferece, ao final do contrato, a opção de compra do bem.
"Precisamos montar empresas de leasing para ônibus elétricos. Com isso, você viabiliza a operação porque baixa o custo operacional. Temos uma das maiores frotas de ônibus do planeta para renovar. Queremos investimentos nessa área. Por isso, o BNDES está priorizando essa transição para os ônibus elétricos. Estamos muito atentos a essa possibilidade para quem tiver interesse em negócios nessa área e na área de energia limpa", afirmou nesta quarta-feira (8/11), ao abrir o segundo e último dia do 6º Brasil Investment Forum (BIF 2023), no Palácio Itamaraty.
Mercadante refirmou que o BNDES vai retomar a agenda de pesquisa e desenvolvimento para favorecer iniciativas inovadoras no País. "Temos R$ 40 bilhões para investir, com uma taxa de juros que não chega a 4% ao ano, para financiar a inovação das empresas", disse.
HIDROGÊNIO VERDE É A BOLA DA VEZ
Além dos transportes coletivos elétricos, segundo Mercadante, o hidrogênio verde (H2V) é a bola da vez no processo de descarbonização do Brasil.
"O grande salto da fronteira energética agora é o hidrogênio verde. Quem tiver projeto pode nos procurar. Temos grande interesse no hidrogênio verde e no combustível sintético, que vai ser a próxima etapa para a aviação, para os navios e para a indústria automotiva", disse Mercadante.
Mercadante citou, entre os desafios do País, o de mudar a indústria automotiva, de forma a avançar no processo para uma economia ambientalmente mais limpa. "Temos 172 mil ônibus no País. O brasileiro é o segundo povo que mais anda de ônibus no planeta. E 52% dos ônibus produzidos vendidos na América Latina foram feitos no Brasil", disse.
DE OLHO TAMBÉM NO ÔNIBUS ELÉTRICO
"Nosso desafio agora é o ônibus elétrico. Se quisermos manter o nosso parque automotivo, temos de avançar nessa perspectiva", acrescentou ao lembrar que há, no Brasil, cinco montadoras que trabalham com 20% de conteúdo nacional – e que a meta do governo é fazer este número chegar a 50%.
Entre os conteúdos nacionais desses veículos estão chassi, carroceria e bateria. Mercadante complementou dizendo que o Brasil possui a sétima maior reserva de lítio, material usado para a produção de bateria. "A WEG, fabricante de equipamentos elétricos, já está produzindo uma excelente bateria. Temos grande interesse nessa inovação".
Mercadante acrescentou que, diferentemente da montagem de carros, a fabricação de ônibus é por manufatura. "É trabalho humano; é emprego qualificado na indústria". O ministro ainda comentou que o BNDES acabou de financiar 1,6 mil ônibus elétricos apenas para cidade de São Paulo.
Com informações da Agência Brasil