Trânsito, transportes e mobilidade urbana, com Roberta Soares

Mobilidade

Por Roberta Soares e equipe
SEGURANÇA VIÁRIA

UBER MOTO: Uber vai ajudar motoqueiros e passageiros a usar o capacete de forma segura para tentar reduzir mortes e ferimentos, que só aumentam

Serviço de transporte de passageiros com motos, como Uber e 99 Moto, só cresce e puxa o aumento das vítimas no trânsito

Cadastrado por

Roberta Soares

Publicado em 01/12/2023 às 13:15 | Atualizado em 01/12/2023 às 13:21
O serviço de Uber e 99 Moto - criado no fim de 2021 e início de 2022 - só cresce no País - especialmente em cidades do N/NE. E os casos de vítimas das motos também vêm sofrendo uma explosão - GUGA MATOS/JC IMAGEM

A gigante da mobilidade urbana, Uber, resolveu esboçar uma reação diante do aumento dos sinistros de trânsito envolvendo motoqueiros e passageiros no País, provocados pelo crescimento do serviço de transporte com motocicletas, como Uber e 99 Moto.

Vai ajudar os motoqueiros parceiros a usar o capacete da forma correta e segura, atendendo as exigências da legislação de trânsito.

A iniciativa da gigante da mobilidade é estratégica e muito bem vinda. Isso porque os motociclistas representam quase metade das vítimas do trânsito em regiões do País como o Nordeste e o Norte, e quase 30% em outras regiões, como o Sudeste - segundo o DataSus.

Além disso, como o serviço - criado no fim de 2021 e início de 2022 - só cresce no País - especialmente em cidades do N/NE - os casos de vítimas das motos também vêm sofrendo uma explosão.

No Recife, por exemplo, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) Metropolitano Recife viu o atendimento de vítimas de quedas e colisões com motocicletas aumentar nos sete primeiros meses de 2023. Foram 706 registros a mais do que o mesmo período de 2022.

PARCERIA COM A ALIANÇA GLOBAL DE SEGURANÇA VIÁRIA

No material enviado à imprensa, entretanto, a Uber não fala em doação ou preços mais acessíveis para a aquisição dos capacetes pelos motoqueiros-parceiros - BRUNO CAMPOS/JC IMAGEM

A Uber vai apoiar a Aliança Global de ONGs para a Segurança Viária, colegiado de organizações não governamentais que implementam programas e fazem lobby para iniciativas de segurança rodoviária em todo o mundo, para criação de um grupo de trabalho global composto por especialistas em segurança viária, que desenvolverá ferramentas para aumentar a disponibilidade de capacetes seguros, acessíveis e eficazes.

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As ONGs estão na linha de frente da defesa pelo uso de capacetes em motocicletas, leis, padrões e fiscalização. As ferramentas desenvolvidas vão reunir estudos de caso bem-sucedidos de ONGs ao redor do mundo, que podem inspirar outras organizações a promover o aumento do uso seguro de capacetes em seus países.

CAPACETES CORRETOS PARA REDUZIR MORTES

Os motociclistas representam quase metade das vítimas do trânsito em regiões do País como o Nordeste e o Norte, e quase 30% em outras regiões, como o Sudeste - segundo o DataSus - BRUNO CAMPOS/JC IMAGEM

A estratégia da Uber parte da constatação técnica e amplamente divulgada de que o uso correto de capacetes de qualidade pode reduzir o risco de morte em um sinistro de trânsito em 39% e diminuir o risco de lesões graves em 72%. “À medida que o uso de motocicletas continua a crescer significativamente em países de baixa e média renda, o aumento do uso de capacetes ajudará a reduzir as 1,3 milhão de mortes que ocorrem nas estradas em todo o mundo anualmente”, diz a Uber em texto encaminhado aos jornalistas.

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A empresa pontua, inclusive, que só campanhas educativas não vão resolver. É preciso ações concretas. “O aumento da utilização de capacetes não pode ser alcançado simplesmente por meio da educação dos motociclistas sobre os benefícios de segurança. É preciso leis abrangentes, fiscalização, promoção e aplicação dessas leis. Para atingir esse objetivo, os usuários de motocicletas devem ter acesso a capacetes seguros e acessíveis que atendam às normas nacionais ou internacionais”, segue.

Segundo material encaminhado pela Uber, o grupo irá considerar os obstáculos para o uso seguro de capacetes, incluindo disponibilidade, falta de padrões e concepções equivocadas, explorando como superar essas barreiras com base nas experiências das ONGs.

O material, entretanto, não fala em doação ou preços mais acessíveis para a aquisição dos capacetes pelos motoqueiros-parceiros.

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