TRANSPORTE PÚBLICO

Passagem R$ 1 mais barata é extinta nos ônibus do Grande Recife para viabilizar reajuste zero e Bilhete Único Metropolitano

O Horário Social -, programa criado pelo governo do PSB e que previa uma tarifa social R$1 mais barata nos horários fora-pico para quem utiliza o cartão VEM Comum, foi extinto

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Roberta Soares

Publicado em 18/03/2024 às 11:53 | Atualizado em 18/03/2024 às 15:44
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Muita gente ainda não sabe, mas os passageiros dos ônibus da Região Metropolitana do Recife tiveram outra perda para que o governo de Pernambuco conseguisse segurar o reajuste das passagens em 2024 e criar o Bilhete Único Metropolitano, unificando os anéis tarifários do sistema pelo mais barato.

O Horário Social -, programa criado pelo governo do PSB e que previa uma tarifa social R$1 mais barata nos horários fora-pico para quem utiliza o cartão VEM Comum, foi extinto. Na época da criação do programa, nos movimentos pós-pandemia de covid-19 que tentavam aliviar a lotação dos coletivos nos horários de pico, a estimativa do próprio Estado era de que 10% dos passageiros pagantes do sistema de ônibus fossem beneficiados.

Nos números da época, impactados pela pandemia, significaria quase 70 mil pessoas beneficiadas das 700 mil que pagavam a passagem no sistema da RMR. Antes da crise sanitária eram 1,2 milhão de pagantes e 2 milhões de transportados - incluindo as gratuidades. Números, inclusive, praticamente recuperados.

Na proposta técnica apresentada pelo Grande Recife Consórcio de Transporte Metropolitano (CTM) para defender o não reajuste e a extinção do Anel B (que custava R$ 5,69), a extinção do programa social é uma das condições da planilha.

O Horário Social (Tarifa Social) valia no chamado horário fora-pico: das 9h às 11h e das 13h30 às 15h30. E foi criado em 2021 pela gestão do então governador de Pernambuco Paulo Câmara, para compensar o reajuste de 16% das passagens de ônibus da RMR dado naquele ano.

POPULAÇÃO RECLAMA

Guga Matos/JC Imagem
O reajuste zero das passagens e a criação do Bilhete Único Metropolitano são, na visão do governo, um gesto importante e que demonstra a solidariedade e o compromisso do Estado com a reerguida que se pretende dar ao setor na gestão da governadora Raquel Lyra (PSDB). - Guga Matos/JC Imagem

Quem aproveitava o desconto, reclamou. “Era muito bom ter essa redução diariamente. Fui pega de surpresa. Não vi isso sendo anunciado pelo governo. Pagava R$ 3,10 porque sempre peguei ônibus entre 9h e 11h. Uma penas terem acabado porque tem um impacto financeiro para a gente”, critica Karla Viviane, vendedora que usa o transporte público todos os dias.

O Anel A, que custa R$ 4,10, ficava R$ 3,10. E o Anel B (extinto) saia de R$ 5,60 para R$ 4,60.

A tarifa social foi criada pelo CTM tendo como base o número de passageiros que pagavam a tarifa utilizando dinheiro ou o cartão VEM Comum. Diretamente, seriam beneficiados 60 mil passageiros que já utilizavam o sistema nos horários fora do pico (das 9h às 11h e das 13h30 às 15h30) pagando com dinheiro ou VEM Comum.

A aposta do CTM era de que os 35 mil usuários que utilizavam dinheiro nesses horários fora do pico passariam para o cartão VEM com a Tarifa Social. Os outros 25 mil passageiros já pagavam com o cartão VEM Comum.

Além dos 60 mil passageiros, o Estado apostava que outros 9 mil usuários que andavam nos ônibus nos horários de pico e também pagavam a passagem em dinheiro ou já com o VEM Comum seriam atraídos para o Horário Social.

O governo do Estado não se posicionou sobre o assunto.

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