Quem olha com um pouco de atenção para as obras de drenagem da Avenida Mário Melo, corredor viário localizado no bairro de Santo Amaro, área central do Recife, já deve ter se questionado e, principalmente, se impressionado com a dimensão do que está sendo feito em parte da via - no caso, na pista sul do corredor, sentido subúrbio-Centro.
Pelo olhar leigo, chama atenção os grandes blocos de concreto expostos na avenida, que até o início da obra era uma verdadeira ‘montanha-russa’ e palco de um perigo iminente sob o aspecto da segurança viária. Conforme a velocidade ou destreza do condutor, os automóveis corriam o risco de ‘voar’ - sem exageros - devido ao desnível do pavimento.
As motocicletas, então, ficavam ainda mais vulneráveis. Por isso, quem usava a via já sabia: era necessário circular apenas pelas faixas mais afastadas do canteiro central, caso não quisesse provocar ou ser vítima de um sinistro de trânsito (não é mais acidente que se define, segundo a ABNT).
Os problemas no pavimento da Mário Melo, no trecho entre a Rua do Hospício e a Rua da Saudade, permaneceram graves por mais de dois anos. Até que a Prefeitura do Recife, após diversas críticas e pedidos, resolveu encarar o problema e refazer, de fato, a drenagem e o pavimento do trecho crítico.
OBRA ORÇADA EM R$ 5,6 MILHÕES E O REDIMENSIONAMENTO DA DRENAGEM
O problema da Mário Melo ficou tão sério que, para refazer o trecho de apenas 500 metros, a gestão municipal está investido quase R$ 6 milhões (R$ 5.620.447,95). A obra começou em meados de março e tem previsão de ser concluída em novembro - oito meses de prazo. No total estão sendo implantados 520 metros de canaletas para a nova drenagem.
Responsável pelos trabalhos, a Autarquia de Manutenção e Limpeza Urbana do Recife (Emlurb) explica que foi necessário redimensionar a rede local, já que a estrutura existente contava com um metro de diâmetro, enquanto a área recebia águas pluviais num volume muito maior para conduzi-las ao Rio Capibaribe.
Por isso, a necessidade de usar um novo sistema de drenagem grande e que chama atenção de quem passa pela área.
DRENAGEM SUBDIMENSIONADA
Além do subdimensionamento que havia na rede de drenagem do local - explica a Emlurb -, há também o desgaste natural da antiga estrutura, que passou a não suportar mais a grande vazão das águas ao longo dos anos.
Por isso, a nova canaleta que está sendo implantada possui área interna de 2,12 metros por 2,12 metros, um dimensionamento mais adequado para o equipamento com saída para o rio. Por não existir tubulação já fabricada com as dimensões calculadas, foi preciso confeccionar os pré-moldados para a nova canaleta, que são implantados um por um e conectados em seguida.