O julgamento do motorista acusado de atropelar e matar a ciclista Marina Kohler Harkot em novembro de 2020, previsto para ser realizado nesta quinta-feira (20/6), foi adiado em mais de seis meses. A nova data, definida pela Justiça de São Paulo, é o dia 23 de janeiro de 2025.
O adiamento foi provocado pelo pedido da defesa de José Maria da Costa Júnior, que apresentou um atestado médico afirmando que ele estaria com dengue. O julgamento estava marcado desde outubro de 2023.
“Há quatro anos carregamos, diariamente, a dor de não ter Marina ao nosso lado e a ansiedade de ver a justiça sendo feita. A demora também é um tipo de impunidade, e isso não pode se estender”, diz Maria Claudia Kohler, mãe de Marina Kohler Harkot.
A punição será decidida por um júri popular composto por até 21 pessoas que representam a sociedade em geral. Mesmo com o adiamento, familiares e amigos, que já estavam mobilizados para o julgamento, fizeram uma manifestação em frente ao Fórum da Barra Funda, em São Paulo, com a expectativa de que o caso seja julgado o mais rápido possível.
A punição será decidida por um júri popular composto por até 21 pessoas que representam a sociedade em geral. Mesmo com o adiamento, familiares e amigos, que já estavam mobilizados para o julgamento, fizeram uma manifestação em frente ao Fórum da Barra Funda, em São Paulo, com a expectativa de que o caso seja julgado o mais rápido possível.
MPSP PEDIU COMPROVAÇÃO DE DOENÇA
O Ministério Público de São Paulo solicitou o teste de sorologia para a Santa Casa na cidade de Socorro, onde o réu foi atendido. O objetivo é confirmar a doença alegada pela defesa.
"Esse julgamento não é apenas sobre a vida da minha filha, é sobre as vidas das centenas de pessoas que morrem no trânsito todos os dias. Enquanto o autor dessa barbaridade continua levando sua vida, nós vivemos a ansiedade de esperar por justiça para Marina", reforçou Maria Claudia Kohler.
A manifestação também contou com a presença da ativista Renata Aragão, da organização Rodas da Paz, em Brasília. Ela é mãe do ciclista Raul Aragão, atropelado e morto em 2017, aos 23 anos. “Enquanto houver essa sensação de impunidade, a violência no trânsito vai continuar”, declarou Renata.
UM JULGAMENTO QUE INTERESSA À SEGURANÇA VIÁRIA DE TODO O PAÍS
Marina Kohler Harkot, então com 28 anos, foi atropelada quando pedalava na Avenida Paulo VI, no bairro de Pinheiros, na Zona Oeste de São Paulo. Ela voltava para casa.
A morte da cicloativista virou símbolo nacional da luta pela mobilidade ativa, pela segurança viária e por cidades menos rápidas e mais humanas. Virou bandeira, também, da impaciência com motoristas que ainda bebem e dirigem e, ainda, fogem sem prestar socorro às vítimas.
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Virou marca da intransigência social com a irresponsabilidade ao volante. Por isso, o júri popular do motorista que matou Marina interessa a todo o Brasil.
O responsável pelo atropelamento, além de não ter prestado socorro à ciclista, estaria embriagado, destruiu as provas do crime e ficou foragido durante o início das apurações, segundo as investigações.
Costa foi indiciado pela Polícia Civil de São Paulo e denunciado pelo Ministério Público de São Paulo por homicídio doloso qualificado por dirigir sob efeito de álcool.