O Brasil tem visto o número de passageiros e condutores dos aplicativos com motos, como Uber e 99 Moto, feridos e mortos no trânsito explodirem. Somente o Grande Recife, por exemplo, viu três pessoas, todas ocupantes dos apps de motos, morrerem num intervalo de pouco mais de um mês na cidade.
A insegurança do serviço, potencializada pela vulnerabilidade das motocicletas e a falta de habilidade na condução dos motoqueiros, também tem deixado um rastro de mortes e ferimentos em outras regiões do País. Em São Paulo, por exemplo, um motociclista da 99 Moto invadiu um corredor de ônibus em Santo André, no ABC Paulista, e provocou a morte da passageira, a jovem Yaritza Vitória do Nascimento, de 19 anos. O caso aconteceu na segunda-feira (24/6).
Segundo informações do site Diário do Transporte, as câmeras de segurança do ônibus da empresa Suzantur registraram o exato momento em que o motoqueiro de app tenta passar entre o coletivo e um carro, mas não consegue, invadindo parte do corredor. Na sequência, a motocicleta é prensada entre os dois veículos, o condutor e a passageira caem e o ônibus atropela a mulher. A passageira da moto morreu na hora e o motociclista foi hospitalizado.
Outros dois casos recentes aconteceram no Espírito Santo. Uma passageira de 48 anos morreu depois que o pneu da moto de aplicativo em que viajava furou, no dia 30/5, em Vila Velha, no Espírito Santo.
Confira a série de reportagens UBER MOTO: perigo sobre duas rodas
Um segundo caso aconteceu na terça-feira (26/6), no município de Serra, na Grande Vitória, também no Espírito Santo. A estudante de pedagogia Rafaela Rodrigues Bernardes da Silva Florentino, de 24 anos, ficou gravemente ferida e encontra-se em coma depois de uma colisão entre a moto de aplicativo que viajava e uma segunda motocicleta.
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As motos trafegavam numa rodovia estadual, a ES-010. Os dois condutores também se feriram com gravidade. Vale ressaltar que todos esses registros aconteceram quando o condutor atuava como motorista de aplicativo com motos.
INABILIDADE DE MOTOQUEIRO DE APLICATIVO PROVOCOU A MORTE VIOLENTA DE PASSAGEIRA NO RECIFE
As mortes sequenciadas evidenciam o perigo do serviço, que tem provocado uma explosão no atendimento a vítimas de quedas e colisões não só na capital pernambucana, mas em toda a Região Metropolitana do Recife.
A morte da passageira do 99 Moto - o caso mais recente, ocorrido no dia 19/6, na BR-101, no Ibura, periferia da Zona Sul do Recife - é o terceiro caso de vítimas dos aplicativos de transporte de passageiros com motos desde o fim de abril, apenas no Grande Recife.
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No fim do mês de abril, um passageiro que viajava de aplicativo por motos morreu depois de cair da motocicleta e ser atropelado por uma carreta que trafegava ao lado, na BR-101, km 62, altura do bairro da Macaxeira, na Zona Norte do Recife. No dia 10 de junho, um motoqueiro de aplicativo morreu na BR-232, em Moreno, no Grande Recife, e o passageiro ficou ferido em estado grave.
EXPLOSÃO DE ATENDIMENTOS PELAS UNIDADES DE SAÚDE
A sequência de sinistros de trânsito com motos, em sua maioria de aplicativos, vem tendo reflexo direto nos serviços de saúde pública do Estado. Os números do SAMU (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) revelaram uma explosão da má condução de motocicletas no trânsito da Região Metropolitana do Recife e, principalmente, da capital pernambucana.
Foram 2.464 casos a mais de atendimentos a ocupantes de motos - condutor e passageiro - nos 14 municípios da Região Metropolitana do Recife em 2023. A comparação é com o ano de 2022.
Somente no Recife, foram registrados 1.322 atendimentos a mais no mesmo período. Quando o recorte é comparado com o ano de 2021, os números são ainda mais impressionantes. A RMR registrou, em 2023, 3.048 casos a mais, enquanto a capital pernambucana teve quase dois mil casos a mais (1.879).
E a tragédia sobre duas motos segue em 2024. Números do SAMU computados nos três primeiros meses deste ano confirmam: já são 2.492 atendimentos de ocupantes de motos na RMR , dos quais 1.469 foram no Recife.