Por Carlyle Paes Barreto, da Coluna Planeta Bola
Apesar do carimbo de reativo, Jair Ventura nunca aceitou ser rotulado de técnico de uma nota só. Já falava isso desde os tempos de Botafogo, ilustrando respostas com percentual de gols marcados com jogo propositivo. Fez isso na primeira semana de trabalho na Ilha do Retiro, querendo afastar logo qualquer crítica sobre um jeito único de montar suas equipes. Mas nesta quarta, diante do Fortaleza, não deve fugir disso.
Da mesma forma que Daniel Paulista parou o time de Rogério Ceni na Copa do Nordeste com proposta reativa, esperando o adversário em seu campo, Jair deve encarar o rival esta noite. Não apenas porque o Fortaleza é mais entrosado, tem mais opções ou joga em casa. Mas pela sua forma de jogar.
Os cearenses fizeram boa campanha no Brasileirão do ano passado justamente pelo futebol reativo. Reconhecendo limitações, marcando forte e saindo em velocidade nos contra-ataques. Mas tinha e ainda tem jogadores com características para esta estratégia. Só que tem certa dificuldade para propor jogo. Para ser dominante. Por isso caiu no Nordestão e vem tendo problemas neste início de Série A. É onde o Leão Pernambucano pode se aproveitar.
No Nordestão, em Salvador, o Sport se fechou e até esteve mais perto da vitória. Caindo apenas nos pênaltis. Hoje, no Castelão, o jeito de jogar deve ser semelhante. A não ser que Jair Ventura realmente surpreenda. E use outras notas diante da orquestra de Ceni.
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