Por Carlyle Paes Barreto, da Coluna Planeta Bola
Por onde passou, Diego Armando Maradona deixou sua marca. Arrastando multidões. Jogando o fino do futebol ou apenas passeando, deixando simples mortais adorar o mito. Como na rápida passagem pelo Recife, acompanhando a seleção argentina no amistoso com o Brasil, na véspera da Copa do Mundo de 1994. Mesmo sem tocar na bola, o camisa 10 foi o personagem daquela vitória da Canarinho por 2x0.
No banco o tempo todo durante a partida, num Arruda com mais de 90 mil torcedores, Maradona chamou atenção de todos. Desde o aquecimento, com toques refinados na bola, até acenos que levantaram a multidão. Nem xingamentos o fez largar o sorriso.
No dia anterior, um andar inteiro reservado no Mar Hotel, onde os argentinos ficaram hospedados. Lá, como sempre ocorreu, Maradona podia tudo. Talvez esteja aí o motivo de não ter entrado em campo.
Maior jogador da história da seleção argentina, camisa 10 que mais se aproximou a Pelé, Diego Armando Maradona driblou todos que passaram em sua frente. Zagueiros, treinadores, dirigentes, médicos, jornalistas. Muitas vezes com classe, outras nem tanto. Mas pisou na bola e caiu diante das drogas. Morreu deixando legião de seguidores, de adoradores. Que vão manter vivo o mito. O maior personagem do futebol.
Treinador, apresentador de TV, cantor, dançarino. Líder de seita religiosa. Maradona foi mais que um craque dos gramados. Defensor dos pobres, oprimidos, sempre militou junto a governos socialistas. Emprestando sua imagem para contrapor potencias capitalistas.
E apesar de todo ativismo, dos excessos que o levaram a várias internações, fica ainda a lembrança dos dribles curtos, dos belos gols. Da canhota impar. Dos títulos. Dos sorrisos.