Nos dias atuais, é muito comum a gente ouvir pessoas dizerem: “Ah, fulano é um passador de pano”. Significa dizer que está se tratando de uma pessoa que relativiza um opinião. Minimiza os impactos de um declaração por vezes catastróficas, como as que foram ditas pelo presidente Bolsonaro e o ex-presidente Lula.
A pretexto de ser engraçado, Jair Bolsonaro disse que quem é de direita toma cloroquina. Quem é de esquerda toma Tubaína. Com razão, a piada grotesca do presidente ganhou as redes sociais. A Associação dos Fabricantes de Refrigerantes do Brasil (Afrebras) divulgou nota repudiando o que chamou de "piada de mau gosto”. Os bolsonaristas, os passadores de pano nas estrepolias do presidente no máximo deram um sorriso amarelo, mas ninguém teve coragem de puxar-lhe as orelhas.
Também em entrevista a um site amigo, o ex-presidente Lula a pretexto de defender a máquina público o máximo de inchada possível, afirmou: “ainda bem que a natureza, contra a vontade da humanidade, criou esse monstro chamado coronavírus”.
Mas tarde pediu desculpas, mas os passadores de pano, aqueles militantes de cabresto encontraram um jeito de defender o petista, medindo com a mesma régua as duas absurdas declarações.
É esse tipo de militante, cego que não quer enxergar um planto além daquilo que já está programado para ver, que o escritor português José Saramago (1922-2010) chamava de “cegueira da razão”. Enxerga, mas não quer ver.
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