Em recente discurso na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou que o Brasil “é um país cristão e conversador e tem na família sua base.”
Acontece que dois dias após aquele fatídico pronunciamento para o mundo todo, o ministro da Educação, Milton Ribeiro, deu sinais de que o conceito conservador é muito tênue para os padrões de Brasil que ele quer implantar.
Em entrevista ao Estadão, o ministro da Educação disse que a homossexualidade é fruto de "famílias desajustadas" e que "o adolescente que muitas vezes opta por andar no caminho do homossexualismo (sic) uma vez que não tem a atenção do pai, não tem a atenção da mãe".
É de se perguntar ao ministro o que seria uma família ajustada? Seria aquela que todos vivem felizes para sempre e ninguém dá um sussurro de insatisfação?
Sigmund Freud (1856 — 1939) considerado o pai da psicanálise escreveu, certa vez uma carta a uma mãe que estava incomodada por ter um filho gay. “Homossexualidade certamente não é uma vantagem, mas não há motivos para se envergonhar, não há vícios, não há degradação; isso não pode ser classificado como uma doença; consideramos como uma variação da função sexual, produzida por uma certa contenção do desenvolvimento sexual”.
Parece salutar que quem estudou a vida inteira o comportamento humano não tenha chegado a conclusões tão reacionárias como as do ministro da Educação.
Quando Bolsonaro disse na ONU que o Brasil é um país conservador talvez faltasse ao presidente ouvir seu ministro da Educação. Seria mais prudente afirmar com todas as letras que o seu governo é repleto de homens e mulheres reacionários.
Porque o conservador é aquele que se apega a tradições vigentes e que não aceita mudanças. Já o reacionário prega a tese de que “tudo vai de mal a pior”. É um retrógrado que se opõe aos avanços e transformações sociais ou às tendências de mudanças. Assim é o governo do presidente Bolsonaro: reacionário.
Pense nisso!