Eu vou recorrer a um ditado popular do Portugal do século 15, que como uma praga se alastrou pelo Brasil Colônia, e que foi elemento bastante empregado para reforçar a expansão do regime escravocrata: “Quem tem padrinho, não morre pagão”.
Chamam-se Jair Messias Bolsonaro (sem partido) e seus filhos que têm um pé na política, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) e o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ). Eles são os padrinhos de uma proposta que em breve deve chegar ao Congresso Nacional, enfraquecendo parte da subordinação que as polícias militares e civis têm com os governos estaduais e concedendo maior autonomia às corporações policiais.
O ministro da Justiça e Segurança Pública, André Mendonça, será uma espécie de celebrante do batizado da iniciativa. Assim como na escravidão a igreja trabalhava para batizar o maior número de escravos, preferencialmente apadrinhados pelos senhores de engenho, com o fim de evitar a insurreição dos afilhados, agora, os Bolsonaros trabalham para que o deputado federal Arthur Lira (PP-AL) seja eleito presidente da Câmara e o projeto de lei comece a tramitar pelas comissões da Casa Legislativa.
Não é novidade para ninguém que o presidente Bolsonaro sai de Brasília toda vez que tem uma formatura seja de praças, policiais, agentes. Sempre agindo como se presidente fosse do sindicato da categoria. Não será surpresa, se o mesmo Jair Bolsonaro colocar o projeto debaixo do braço, atravessar a Praça dos Três Poderes e irromper, com sua turma, o Congresso Nacional, feito o pistoleiro que chegava ao salão de bebedeira, no antigo Oeste, de pistola na mão, tentando assustar o mais acabrunhados políticos.
Pense nisso!