A filósofa alemã, Hannah Arendt (1906 — 1975), autora do célebre livro “As Origens do Totalitarismo” ressalta que há um viés recorrente em governos autoritários seja de direita, como o nazismo de Adolf Hitler (1889 — 1945), e depois o stalinismo, implantado por Josef Stalin (1878 — 1953), que tiveram em comum o que a escritora chamou de “a banalidade do mal”. Burocratas, segundo ela, que cumpriam ordens ainda que suas ações culminassem no extermínio de milhões de pessoas.
No dia em que o Brasil ultrapassou a marca de 260 mil mortes ocasionadas pela covid-19, o que mais chama a atenção dos esperançosos brasileiros que aguardam uma ação organizada, sincronizada do Estado para combater o coronavírus, é que medidas até aqui adotadas são paliativas tanto no enfrentamento do vírus como às consequências nefastas da pandemia na educação, na economia e na saúde do nosso povo.
Partindo dessa premissa da escritora alemã, parece inquietante concluir que a burocracia que pouco se movimenta para encontrar soluções definitivas no enfrentamento da pandemia produziu a falência de valores morais na nossa sociedade. E chorar ou se esconder de baixo da cama é apenas um gesto dos que não encontram amparo em quem chegou ao poder prometendo voltar suas atenções para os mais necessitados.
A banalidade do mal, no Brasil de hoje, ganhou traços banalizados.
Pense nisso!