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Política em Brasília

Por Romoaldo de Souza
Opinião

A 'banalidade do mal' e a pandemia de covid-19 no Brasil

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Romoaldo de Souza

Publicado em 05/03/2021 às 7:30 | Atualizado em 05/03/2021 às 10:46
Com o novo registro, o total de casos da variante Delta em cidades paulistas chegou a três - ILUSTRATIVA/DENIS CHARLET / AFP

A filósofa alemã, Hannah Arendt (1906 — 1975), autora do célebre livro “As Origens do Totalitarismo” ressalta que há um viés recorrente em governos autoritários seja de direita, como o nazismo de Adolf Hitler (1889 — 1945), e depois o stalinismo, implantado por Josef Stalin (1878 — 1953), que tiveram em comum o que a escritora chamou de “a banalidade do mal”. Burocratas, segundo ela, que cumpriam ordens ainda que suas ações culminassem no extermínio de milhões de pessoas.

No dia em que o Brasil ultrapassou a marca de 260 mil mortes ocasionadas pela covid-19, o que mais chama a atenção dos esperançosos brasileiros que aguardam uma ação organizada, sincronizada do Estado para combater o coronavírus, é que medidas até aqui adotadas são paliativas tanto no enfrentamento do vírus como às consequências nefastas da pandemia na educação, na economia e na saúde do nosso povo.

Partindo dessa premissa da escritora alemã, parece inquietante concluir que a burocracia que pouco se movimenta para encontrar soluções definitivas no enfrentamento da pandemia produziu a falência de valores morais na nossa sociedade. E chorar ou se esconder de baixo da cama é apenas um gesto dos que não encontram amparo em quem chegou ao poder prometendo voltar suas atenções para os mais necessitados.

A banalidade do mal, no Brasil de hoje, ganhou traços banalizados.

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