Nessa enxurrada de benesses do Supremo Tribunal Federal (STF) que livrou alguns políticos de enfrentarem a Justiça no país, o que é possível constatar é que todos eles foram defendidos por caríssimas bancas de advocacia. E quando eu digo caríssimas, é que uma banca de advogados para ir a um julgamento em um tribunal superior não o faz por qualquer trocado não.
Pois meu amigo, minha amiga, se você quer se ver livre de um processo, não basta você ser inocente: é preciso ter dinheiro para pagar bons advogados. Aí nesse caso, mesmo sendo culpado, você terá muita chance de ser absolvido.
Mas você, otimista como muitos, pode retrucar: “ah, é? E para que serve a Defensoria Pública da União?”. Ora, para defender quem precisa de Justiça e não tem dinheiro para pagar advogados caríssimos.
Acontece que a Defensoria Pública não chega para quem precisa. Um levantamento da Pesquisa Nacional da Defensoria Pública aponta que 86 milhões de brasileiros não têm acesso aos serviços jurídicos gratuitos.
E sabe por que a Defensoria Pública não atende a todas as pessoas que dela necessitam? Porque não tem estrutura suficiente para atender aos mais carentes. E destrinchando ainda mais essa nossa conversa: porque os deputados e senadores, que são aqueles que determinam as prioridades no Orçamento da União, não fazem o dever de casa.
Sem dinheiro em caixa, o Poder Judiciário não fortalece a Defensoria Pública. Sem o defensor, o pobre é quem vai sempre ficar desassistido. Enquanto isso, que tem dinheiro contrata sempre caros advogados.
Pense nisso!