Os estados começam a flexibilizar o uso de máscaras, que a tantos incomoda, mas que ajuda a salvar vidas, conforme analisam infectologistas. O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, tem explicado aos chefes dos Poderes da República que está na hora de rebaixar para endemia o que hoje é a pandemia da covid-19. Enquanto isso, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), não pensa em retomar as atividades presenciais. Com isso, projetos são aprovados sem o necessário debate; na maioria das vezes, as audiências públicas nas comissões temáticas estão praticamente suspensas e quem sai perdendo é a sociedade, que vê leis sendo aprovadas sem a mínima segurança do confronto, do diálogo.
Em uma nota encaminhada à Rádio Jornal, o líder da minoria da Casa, deputado Alencar Santana (PT-SP), reconhece que “é hora de voltar as sessões presenciais. Não faz sentido continuar o sistema híbrido com toda a sociedade voltando à normalidade, inclusive com o próprio Distrito Federal tornando opcional o uso de máscaras”, afirmou o parlamentar petista.
Legendas como o Psol e o PT articulam um boicote às votações para forçar Arthur Lira a retomar “à normalidade das sessões, com todos os parlamentares aqui em Brasília”. Um dos argumentos dos parlamentares oposicionistas é que a maioria dos deputados permanece nas bases eleitorais, fazendo votações sem muito debate, “enquanto quem quer debater o assunto não tem nem oportunidade, direito”, completou Santana.
Pela respostas que deu recentemente, Arthur Lira não tem pressa em ver os demais deputados se acotovelando em um plenário lotado. “É certo que muitos deputados me pedem para deixar no híbrido [onde os deputados poderão participar das sessões estando em casa ou no Plenário da Câmara], mas não é certo forçar que os deputados estejam em Brasília, sem que tenhamos aprofundado esse debate”.
Arthur Lira quer continuar comandando a pauta da Casa sem o necessário debate nas comissões temáticas. Do jeito que está, é a melhor modalidade para que o presidente da Câmara seja alçado à condição de supremo comandante da Casa Legislativa. Os demais deputados não contam quase nada.
Pense nisso!