O Brasil entrava na rota do coronavírus, as denúncias de mal atendimento nos hospitais, de superfaturamento na compra de imunizantes, o presidente da República fazendo pouco caso das vítimas, dos familiares e das vacinas - apesar de todas as evidências - enquanto o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), resistiu o quanto foi possível para instalar a CPI da Covid-19.
Um ano depois, sobram denúncias de tráfico de influência nos cofres do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) e sobrevoam sobre o ministério rumores de que o então ministro Milton Ribeiro tinha dado sinal verde para que um grupo de pastores evangélicos montasse um profissional esquema de cobrança de propina de fazer corar até mesmo os mais abnegados bolsonaristas.
Pois apesar de todas essas evidências, e com base no pregresso comportamento de Pacheco, é que fica cada vez mais cristalino que a CPI do MEC não vai sair do papel.
Por um lado, porque há um grupo de senadores que não quer misturar a explosiva coincidência de investigações à beira do período eleitoral. De outro, aqueles parlamentares que precisam do apoio dos evangélicos para retornarem a Brasília com um mandato de oito anos garantido.
Por tudo isso, e por tantas e subjetivas artimanhas, que a CPI tem tudo para naufragar antes do tempo.
Pense nisso!