Os bastidores da política nacional, com Romoaldo de Souza

Política em Brasília

Por Romoaldo de Souza
Romoaldo de Souza

Presidente do STF, Luiz Fux, poderia ter sido mais incisivo em defesa da Constituição

Na abertura das atividades no Poder Judiciário, Fux pregou o compromisso para que as eleições deste ano sejam marcadas pela estabilidade institucional e pela tolerância. É uma dessas notas de repúdio com pouca ou nenhuma serventia

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Romoaldo de Souza

Publicado em 02/08/2022 às 7:59
Ministro Luiz Fux, ex-presidente do STF - Nelson Jr./SCO/STF

No início dos anos de 1970, o cantor Chico Buarque e o dramaturgo moçambicano Ruy Guerra se debruçavam sobre resmas de papéis em branco, na angústia que antecedia a criação da peça Calabar, quando Chico começou a assoviar o que mais tarde seria “Fado Tropical”: “Ai, esta terra ainda vai cumprir o seu ideal. Ainda vai tornar-se o Império Colonial”.

Toda vez que uma autoridade da República emite uma nota de repúdio porque alguém fez alguma traquinagem na tentativa de violar a Constituição, eu me recordo dessa canção. O Brasil tem um jeitão de país colonial.

Como quem diz: Portugal saiu do Brasil, mas o Brasil não largou o colonizador. Nota de repúdio é um pouco desse jeito subserviente de protestar contra algo que todos percebem que não vai bem, mas que muitos se acomodam.

Nessa segunda-feira [1º de agosto], na abertura das atividades no Poder Judiciário, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luiz Fux, poderia ter sido um tanto quanto mais incisivo em defesa da Constituição.

Afinal, para que serve o STF se não for para ser guardião de nossa lei maior?

“Nunca é demais renovar ao país os votos de que nós, cidadãos brasileiros, candidatos e eleitores e demais partícipes, permaneçamos leais à nossa Constituição Federal, sempre compromissados para que as eleições deste ano sejam marcadas pela estabilidade institucional e pela tolerância”, pregou Fux.

É uma dessas notas de repúdio com pouca ou nenhuma serventia.

Pense nisso!

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