Chega a R$ 2 bilhões o total de recursos que a Caixa Econômica já liberou para mais de 700 mil cadastrados no Auxílio Brasil e que pediram empréstimo consignado, dando o benefício como garantia.
Pelas regras atuais, o beneficiário do programa poderá descontar até R$ 160 mensais durante, no máximo, dois anos.
Acontece que o Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União (MPTCU) quer suspender a concessão do empréstimo alegando risco para a Caixa Econômica e motivação eleitoreira.
“Com a aproximação do segundo turno das eleições e com as dificuldades enfrentadas pelo presidente nas pesquisas de intenções de voto, tudo indica tratar-se de medida destinada a atender prioritariamente interesses político-eleitorais, que relegam o interesse público a segundo plano, com vistas à obtenção de benefícios pessoais em detrimento da população", argumenta o subprocurador Lucas Furtado.
Há outra preocupação do subprocurador que é com a relação ao que ele chama da “falta de sustentação de garantias” que pode levar a Caixa Econômica a arcar com um possível prejuízo caso ocorra alguma modificação na política de concessão do Auxílio Brasil. Segundo Lucas Furtado o banco público é que teria de assumir a possível inadimplência.
O fato, além do debate se o benefício é ou não eleitoreiro, consiste na falta de uma política de educação financeira. Quase sempre, as famílias se endividam sem medir as consequências da decisão de tomar um empréstimo. E, muitas vezes, acabam comprometendo despesas essenciais como a própria alimentação, objetivo primeiro do Auxilio Brasil.
Pense nisso!