Em uma frase atribuída ao ex-governador de Minas Gerais Tancredo Neves (1910 - 1985) ele costumava dizer que “em Brasília, quando ninguém quer resolver um problema cria uma comissão” e logo, logo o assunto vira passado.
Eu até já perdi a conta e, pelos nome anunciados, já vai pra lá de uma centena os integrantes das comissões e grupos de trabalho do governo de transição. E, com razão, ainda tem gente reclamando da falta de representatividade.
- Lula precisa entender que o cobertor é curto e as pernas dos gastos são longas
- Militância que bloqueou rodovias vai ter de encontrar outro motivo para questionar a eleição
- TSE espera relatório objetivo da Defesa sobre urnas eletrônicas para que não haja dúvida sobre o processo eleitoral
- O Brasil deve aproveitar a transição para pensar em projetos, não em nomes
São mais de 30 grupos técnicos e a ideia é que eles representem, exatamente, no número de ministérios do novo governo com uma profunda reformulação na Esplanada dos Ministérios.
Mas o que é inquietante é a quantidade de gente. Imagine você, uma centena de pessoas, cada uma com suas experiências, seus projetos e suas preocupações, apresentando sugestões de conteúdo de um plano mais amplo?
O resultado pode até ser positivo, e eu não duvido da capacidade dos convocados, mas a transição de governo vai ter que se virar para colher todas as propostas, redigir um documento, apresentar ao dirigentes como o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e à cúpula do partido.
E integrantes do movimento negro estão reclamando que estão pouco representados. A comunidade LGBTQIAP+ também não anda nada satisfeita.
Em outras palavras, o grupo poderia ser mais enxuto para que as propostas fluíssem com mais agilidade. Mas aí, não seria o PT que tem experiência de inchar a máquina pública.
Pense nisso!