De um lado do balcão tem uma prateleira com alguns ministérios prontos para trocarem de comando. Do outro, o poderoso “Centrão”, um ajuntamento de políticos e de legendas que fazem qualquer coisa para ter um cargo no primeiro escalão do governo Lula da Silva (PT).
Na Câmara dos Deputados, há uma agonizante Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga um aliado do Planalto pronto para despejar água no chopp que o presidente Lula toma. Virou uma equação. Ministérios + “Centrão” ÷ MST = É dando que se recebe.
O “Centrão” começou, então, a fazer remanejamentos. Tirou deputados da CPI, digamos, menos simpatizantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra e colocou outros mais amigáveis aos invasores de terra.
“Nós fomos pegos de surpresa com essa interferência. Ela se dá para para estancar nossas investigações contra esse grupo. Nós colocamos o dedo na ferida. Estávamos tentando passar a limpo tudo de ruim que o MST faz no Brasil”, disse o deputado Coronel Meira (PL-PE) um dos parlamentares defenestrados da CPI para dar lugar a aliados do governo. A troca foi tão apoquentada que Meira ficou sabendo da sua destituição da CPI quando chegou para trabalhar. “Tomei um susto quando não vi mais meu nome no painel”, lamentou o político pernambucano.
Agora, com maioria governista, a CPI do MST caminha para o definhamento. Dificilmente terá os trabalhos renovados.
“CRACOLÂNDIA” IN LOCO
Integrantes da Comissão de Previdência e afins, da Câmara dos Deputados, vão ao centro de São Paulo (SP) nesta sexta-feira (11), fazer uma “análise da real situação da ‘Cracolândia’” disse à coluna Política em Brasília, o deputado Fernando Rodolfo (PL-PE), presidente da comissão. “Vimos ver de perto como o Estado de São Paulo e a prefeitura estão lidando com essa problemática”, afirmou.
Ao visitarem a “Cracolândia”, verdadeiro “laboratório” onde as drogas correm solta e a presença do Estado é nula, a comissão “quer elementos para fundamentar projetos de lei, para que possámos ter argumentos para celeridade a medidas que estão para ser implementadas”, disse Fernando Rodolfo.
17 ANOS DA LEI MARIA DA PENHA
Sessão do Congresso Nacional homenageou, nesta quinta-feira (10), o aniversário da lei que “mudou o cenário, para melhor, quando o assunto é o enfrentamento da violência contra mulheres”, como disse a deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ), relatora do projeto, em 2006. Segundo a parlamentar, a lei é uma “proteção para as mulheres, reeducação e punição para os agressores, e medidas de prevenção são alguns pontos da legislação que devem ser integralmente cumpridos. Basta de violência contra as mulheres!”, disse Jandira Feghali.
A lei é uma homenagem à farmacêutica cearense Maria da Penha Maia agredida pelo marido durante seis anos. Em 1983, ela sofreu um atentado com arma de fogo. Tornou-se paraplégica.