Os bastidores da política nacional, com Romoaldo de Souza

Política em Brasília

Por Romoaldo de Souza
Romoaldo de Souza

Lula defende fechar sessões do Supremo Tribunal Federal e "conselho" é recebido com desconfiança

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Romoaldo de Souza

Publicado em 05/09/2023 às 19:29
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou, nesta quarta-feira (30), o projeto de lei do Plano Plurianual (PPA) 2024-2027
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou, nesta quarta-feira (30), o projeto de lei do Plano Plurianual (PPA) 2024-2027 - Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

Ao tomar as dores do seu ex-advogado Cristiano Zanin, duramente criticado por seus votos conservadores, Lula defendeu “o retorno às cavernas”, o sigilo total sobre os votos dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Lula sabe que a sociedade tem o direito de conhecer como cada um dos 11 ministros vota quando interpreta a Constituição Federal, mas ele preferiu o atraso.


“Se pudesse dar um conselho, é o seguinte: a sociedade não tem que saber como é que vota um ministro da Suprema Corte. Sabe, eu acho que o cara tem que votar e ninguém precisa saber. Votou a maioria 5 a 4, 6 a 4, 3 a 2. Não precisa ninguém saber como foi [o voto] Aí cada um que perde fica com raiva, cada um que ganha fica feliz”, afirmou o presidente. Foi duramente criticado.


ESCONDER VOTOS DO STF “É O RETORNO À CAVERNA
Defensor da transparência nas sessões do STF - seja por meio do comparecimento do cidadão ao plenário da Corte ou acompanhando pela TV, pelo rádio ou pela internet, o ministro aposentado Marco Aurélio Mello disse que “nos tempos atuais” é inadmissível “cogitar-se de mistério”

“A tônica da administração pública é a publicidade. É o que revela a prestação de contas aos contribuintes passo a passo e o acompanhamento pela grande imprensa. O Judiciário é espécie do gênero administração publica. Não há, portanto, como cogitar-se de mistério”, afirmou.


DEPUTADO DE BRASÍLIA RECHAÇA PRÊMIO PAULO FREIRE
A Câmara Legislativa do Distrito Federal criou o prêmio Paulo Freire de Educação, mas a Mesa Diretora da Casa Legislativa barrou a comenda, alegando que o educador pernambucano “contesta a autoridade do professor” em seus ensinamentos.

A premiação recebeu mais de uma centena de inscrições de projetos pedagógicos, mas o deputado distrital Daniel de Castro (PP) - um dos integrantes da direção da Casa - emitiu um parecer contrário. No comunicado ele afirmar que é um parlamentar “conhecido por sua defesa das causas da família tradicional” e por não “compartilhar plenamente de alguns do princípios” defendidos por Paulo Freire, “que contesta a autoridade do professor”. A premiação está suspensa.

ATLETAS OLÍMPICAS NÃO QUEREM SAÍDA DE ANA MOSER DO ESPORTE
Que o “centrão” passou a ficar de olho do Ministério do Esporte desde que a pasta ficou “vitaminada” com recursos dos jogos eletrônicos, isso ninguém esconde no salão Verde, a passarela preferida de dez entre dez parlamentares.

Mas agora, a Comissão de Atletas do Comitê Olímpico saiu em defesa da ex-jogada de vôlei Ana Moser. "O esporte não é moeda de troca. Nos sentimos envergonhados e desprestigiados, vendo que o esporte no Brasil continua sendo encarado como algo menor”, diz a nota. Até o fechamento desta coluna, Ana Moser continuava sendo peça fora do baralho, na Esplanada dos Ministérios. O deputado federal André Fufuca (PP-MA) já mandou engomar o terno azul turquesa para tomar posse a qualquer momento.

CPI DAS AMERICANAS NAUFRAGA E COMPROMETE INVESTIGAÇÕES
A Comissão Parlamentar de Inquérito criada para investigar um rombo de R$ 20 bilhões nas contas das Lojas Americanas passou quatro meses perdida feito “barata tonta” e chega ao melancólico final sem ser capaz de apontar responsáveis pela contabilidade fraudulenta.

Cheio de suposições, o relatório final diz que “o conjunto probatório, de fato, converge para o possível (sic) envolvimento de pessoas que integravam o corpo diretivo da companhia (ex-diretores e ex-executivos). Contudo, os elementos até então carreados não se mostraram suficientes para a formação de um juízo de valor seguro o bastante para atribuir a autoria e para fundamentar eventual indiciamento.”

DESTA VEZ, BRASÍLIA ESTÁ SOB CONTROLE
Pelo menos é o que garante o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino. Ontem, numa rápida conversa com a imprensa, Dino disse que a expectativa é de que os festejos do 7 de Setembro devem ocorrer “em clima de tranquilidade e concórdia”.

Depois de uma explanação - a portas fechadas - pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin), de que está sendo feito um trabalho preventivo para identificar ameaças e incidentes que possam “colocar em risco o desfile do 7 de Setembro”, Flavio Dino completou: “Não há, até agora, nenhuma indicação objetiva de que o 7 de Setembro seja marcado por algum tipo de ataque. Infelizmente há, daqui, de acolá, cards na internet, isso demanda um acompanhamento”. Mas ele não descartou “um ou outro protesto” na Esplanada dos Ministérios. “Se houver uma pessoa que proteste pacificamente, é claro que ela está no exercício regular do direito. Mas nós não vamos permitir que haja repetição dos terríveis atos de 8 de janeiro.”

 

 

 

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