Coronel D'Albuquerque, ex-comandante geral da PM, é um dos alvos de operação. Foto: Divulgação
O ex-comandante geral da Polícia Militar de Pernambuco coronel Carlos D'Albuquerque é um dos alvos da
operação da Polícia Federal que investiga desvio de recursos usados para a reconstrução de casas nos municípios da Mata Sul atingidos pela enchente de 2010. D'Albuquerque comandou a PM entre novembro de 2015 e fevereiro deste ano, quando
deixou o cargo alegando motivos pessoais.
A Polícia Federal ainda não divulgou detalhes da operação, nem qual seria a participação do ex-comandante da PM no esquema criminoso. Inicialmente, um mandado de condução coercitiva foi cumprido em desfavor dele. O mesmo aconteceu com o ex-chefe da Casa Militar de Pernambuco, coronel Mário Cavalcanti.
Antes de assumir o posto máximo da PM, Carlos D'Albuquerque exerceu a função de secretário executivo de Defesa Civil, tendo assumido o posto ainda no segundo governo de Eduardo Campos. É Engenheiro Civil especialista em Gestão de Desastres e comandou por mais de dois anos o 17º BPM, com sede em Paulista.
A OPERAÇÃO
A Polícia Federal, com apoio da Controladoria-Geral da União e da Procuradoria da República de Pernambuco, deflagrou na manhã desta quinta-feira (09) a “Operação Torrentes” para desarticular um esquema criminoso de desvio de recursos públicos, fraudes em licitações e corrupção de servidores públicos vinculados à Secretaria da Casa Militar do Estado de Pernambuco.
A investigação teve início em 2016, a partir de um relatório elaborado pela CGU com relação aos gastos efetuados pela Casa Militar de R$ 450 milhões que lhe foram repassados pela União na Operação Reconstrução, voltada para assistência às vítimas das enchentes que devastaram diversos municípios da Mata Sul do Estado, em junho de 2010. Naquela ocasião verificou-se que, a depender do objeto licitado, funcionários da Secretaria da Casa Militar direcionavam os contratos a diversos grupos empresariais em troca de contrapartidas financeiras. Também foram verificados indícios de superfaturamentos e inexecução de contratos.
MANDADOS
Estão sendo cumpridos 71 mandados judiciais, sendo 36 de busca e apreensão, 15 de prisão temporária e 20 de condução coercitiva em Pernambuco e no Pará (01 Condução Coercitiva). Também foi determinado o sequestro e a indisponibilidade dos bens dos principais investigados.
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