SDS avalia que modelo de armas precisa ser trocado para combater criminalidade de forma mais eficaz. Foto: Internet
Com o segundo janeiro mais violento da história do Pacto pela Vida - 448 homicídios foram registrados - o Governo de Pernambuco pretende comprar armamento estrangeiro para combater a violência. A informação foi confirmada pelo secretário de Defesa Social, Antônio de Pádua, em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo.
"Assim como o Ceará e São Paulo, também estamos tentando contratação internacional para compra de armamentos", afirmou Pádua. Segundo ele, esse reforço, somado ao aumento de efetivo policial, vai ajudar a reduzir as estatísticas de criminalidade no Estado.
A compra de armamentos fora do País depende de autorização do Exército. O tipo de armas que devem ser adquiridas para Pernambuco não foi divulgado.
Nessa quinta-feira (15), a Secretaria de Defesa Social confirmou que 20 novos delegados, que tomaram posse no início do mês, foram designados para as delegacias de homicídios da Região Metropolitana do Recife. O objetivo é diminuir o déficit de profissionais e aumentar a produtividade.
O anúncio foi feito dez dias após o
Ronda JC denunciar que somente três em cada dez inquéritos de homicídios abertos em 2017 foram concluídos.
Até o início deste ano, 1.660 inquéritos referentes aos crimes praticados em 2017 foram remetidos à Justiça. Um total de 32,6% de taxa de resolução. As estatísticas foram obtidas via lei de acesso à informação.
VIOLÊNCIA
Nos três primeiros anos da gestão do governador Paulo Câmara (2015 a 2017), Pernambuco registrou 13.795 homicídios. Se comparado com o mesmo período do segundo mandato do ex-governador Eduardo Campos (2011 a 2013), quando 9.928 mortes foram contabilizadas, houve aumento de 39% nos assassinatos.
O ano de 2017 fechou como o mais violento da história.
Levantamento da Secretaria de Defesa Social apontou que
95% dos homicídios registrados no Estado têm como vítimas negros e pardos. Para especialistas, esse resultado não é surpresa e demonstra a desigualdade, com ausência de políticas públicas, que persiste na sociedade.
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