Unidades da Funase têm sido cenário para diversas irregularidades com adolescentes. Foto: JC Imagem/Arquivo
Um procedimento administrativo foi instaurado para investigar um agente e uma assistente socioeducativos suspeitos de usar sprays de pimenta em adolescentes internos da Fundação de Atendimento Socioeducativo (Funase) em Garanhuns, no Agreste de Pernambuco.
O uso de sprays de pimenta é proibido nas unidades de internação de adolescentes, mesmo assim ainda estaria sendo adotado em alguns locais. No ano passado, o Ministério Público chegou a solicitar a interdição da Funase em Caruaru, também no Agreste, por denúncias de tortura - com uso de sprays e sufocamento com sacos plásticos.
Na portaria publicada no Diário Oficial desta sexta-feira (29), a diretora presidente da Funase, Nadja Alencar, afirma que o procedimento administrativo visa "apurar as condutas e possíveis responsabilidades no suposto uso de spray de pimenta nos alojamentos do pavilhão IV" da unidade de Garanhuns.
Se comprovadas as irregularidades, os funcionários podem ser punidos inclusive com a demissão.
ABUSOS
Três agentes socioeducativos foram demitidos, no mês passado,
suspeitos de agredir e abusar sexualmente de adolescentes no Centro de Atendimento Socioeducativo (Case) Santa Luzia, no Recife. Segundo as investigações, os agentes socioeducativos praticaram diversas irregularidades, inclusive o fornecimento de substâncias ilícitas, como drogas, às adolescentes que cumprem medida socioeducativa.
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