Quatro policiais militares são suspeitos de envolvimento em um esquema criminoso de furto e venda ilegal de combustíveis nos municípios do Cabo de Santo Agostinho e em Ipojuca, no Grande Recife.
As investigações estão sendo mantidas em sigilo. A coluna Ronda JC apurou que estão envolvidos um subtenente do 16º Batalhão, um sargento e um cabo lotados no 18º Batalhão e um 3º sargento do Batalhão de Polícia Rodoviária. Os quatro teriam colaborado com criminosos que acabaram presos na Operação Graxa, deflagrada em fevereiro deste ano pela Polícia Civil de Pernambuco.
O esquema funcionava da seguinte forma: motoristas de caminhão responsáveis pelo transporte de combustíveis das empresas fornecedoras até os postos de combustíveis seguiam o trajeto pelo Porto de Suape, mas, em um determinado ponto, paravam. Com ajuda de outros criminosos, os caminhoneiros retiravam parte dos combustíveis e colocava em galões de 20 litros, que eram revendidos por preços abaixo do mercado.
Durante as investigações, foi identificado que os integrantes da organização criminosa utilizavam os termos "graxa", "fanta" e "cachaça" para se referir ao óleo diesel, gasolina e álcool, respectivamente.
Paralelamente à investigação da Polícia Civil, que cumpriu 25 mandados de prisão, o Grupo de Atuação Especializada de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público de Pernambuco (Gaeco/MPPE) e a Delegacia de Polícia Judiciária Militar estavam apurando a participação de policiais no esquema.
OPERAÇÃO PRENDEU POLICIAIS
Em 29 de abril deste ano, os policiais militares - investigados por crimes de furto, peculado e corrupção passiva - foram presos temporariamente na Operação Expurgare.
Além dos quatro mandados de prisão temporária, a operação também cumpriu cinco mandados de busca e apreensão. Foram recolhidos armas, documentos e celulares.
O material apreendido foi levado para a Delegacia de Polícia Judiciária Militar para catalogação e, posteriormente, enviado para análise do Gaeco.
INVESTIGAÇÃO DOS POLICIAIS EM ANDAMENTO
Procurada pela coluna Ronda JC, a assessoria da Polícia Militar de Pernambuco informou que a Delegacia de Polícia Judiciária Militar continua investigando os crimes atribuídos aos policiais.
"As investigações seguem dentro do prazo e o caso, em sigilo", disse a nota oficial.