Caso Heloysa: MPPE denuncia policial militar pela morte de menina de seis anos em Porto de Galinhas
Menina foi morta com um tiro no peito durante uma perseguição policial, em março de 2022
O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) denunciou o cabo da Polícia Militar Diego Felipe de França Silva pela morte da criança Heloysa Gabrielle, de 6 anos, na praia de Porto de Galinhas, Litoral Sul de Pernambuco, em 30 de março de 2022.
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O policial foi denunciado pela infração ao artigo 121 (homicídio), § 2º, inciso III (resultar perigo comum), combinado com o artigo 73 (erro de execução), do Código Penal.
A denúncia do MPPE foi protocolada na manhã desta terça-feira (16), na Vara Criminal da Comarca de Ipojuca, no Grande Recife.
Como noticiou a coluna Ronda JC, o inquérito policial apontou que o policial militar, lotado no Batalhão de Operações Especiais (Bope), foi o responsável pelo tiro que matou a criança.
Por meio de nota, a Polícia Civil de Pernambuco informou que o inquérito do caso Heloysa foi concluído com indiciamento e remetido à Justiça.
Da mesma forma, a Polícia Militar também concluiu o Inquérito Policial Militar (IPM), que foi remetido à Central de Inquéritos da Capital.
"A corporação esclarece, ainda, que o militar foi realocado da atividade operacional para outra função. Na esfera administrativa, a Corregedoria Geral instaurou uma Investigação Preliminar, que está em fase de relatório", disse a SDS.
Relembre o caso
Heloysa Gabrielle foi morta com um tiro no peito no momento em que ocorria uma perseguição policial. Na época, os PMs envolvidos alegaram que houve uma troca de tiros. A informação foi negada por testemunhas.
Uma reprodução simulada apontou que os tiros disparados partiram apenas da viatura - e não do suspeito que estava na moto (como disse a polícia).
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Além disso, o inquérito apontou que houve indícios de fraude processual praticada pelos policiais militares.
A morte de Heloysa resultou em protestos, fechamento do comércio e medo em Porto de Galinhas. Foi preciso reforço de centenas de policiais para que a situação na praia ficasse mais tranquila.
Morte de suspeito
Em maio, policiais do Bope mataram o suspeito que estaria sendo perseguido no momento da morte de Heloysa. De acordo com a versão apresentada pela PM, Manoel Aurélio do Nascimento Filho e mais dois homens estavam em um carro e iriam realizar um atentado contra um detento do Presídio de Igarassu, que seria liberado. Por isso, uma equipe do Bope teria ido ao local para evitar o crime.
Na suposta troca de tiros, o suspeito foi morto. A conduta dos policiais militares, nas duas ações, também está sendo investigada pela Corregedoria da Secretaria de Defesa Social (SDS), mas ainda não há prazo de conclusão.