A OMS (Organização Mundial da Saúde) declara, nesta quarta-feira (11/3), que há uma pandemia do novo coronavírus em curso no mundo. O cenário, segundo a OMS, não altera a avaliação que vem sendo feita da ameaça representada pelo vírus. O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, ressaltou, inclusive, que essa essa caracterização não muda o que a entidade está fazendo nem o que os países devem fazer para conter a expansão da doença.
Em entrevista à titular desta coluna, no último dia 3, o médico virologista Ernesto Marques, professor de doenças infecciosas da Universidade de Pittsburgh (EUA) e pesquisador da Fiocruz Pernambuco, já havia adiantado que a OMS estava em via de declarar pandemia de coronavírus. Ele já se baseava no preceito de que a transmissão sustentada, em múltiplos continentes, seria algo relevante para reconhecer que a doença epidêmica, iniciada na China em dezembro de 2019, já estava amplamente difundida.
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A questão agora é responder dúvidas que só se multiplicam. Mudam os planos de contenção dos Estados e das instituições de saúde pública? E se o novo coronavírus se expandir ainda mais no Brasil e começar a ter transmissão comunitária, o que será feito? Escolas fecharão as portas? É para se pensar quarentena por aqui? É importante explicar à população o que potencialmente pode ser feito, por que e como essas medidas funcionam. Isso é importante porque, caso essas ações sejam necessárias, a sociedade vai reagir à situação com mais tranquilidade e menos temor.
Logo após a declaração da OMS sobre o status de pandemia para o novo coronavírus, o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, disse que a OMS demorou a reconhecer que havia um cenário de pandemia do novo coronavírus. E ele tem razão. A questão é que os critérios que a Organização Mundial de Saúde (OMS) usa para definições de classificação de pandemia são estritos e, por se basear nesses conceitos, a entidade não foi tão ágil para declarar essa classificação para o novo coronavírus.
De acordo com Mandetta, com a declaração de pandemia, a ideia é que o Brasil passe a usar como critério para identificar casos a ocorrência de sintomas e histórico de qualquer viagem internacional, além do contato com casos confirmados.