Coronavírus: o que professores, gestores escolares e famílias precisam saber para proteger as crianças

Segundo Unicef, crianças e adolescentes devem ter informações básicas sobre o novo coronavírus, adequadas à faixa etária, incluindo sintomas, complicações, formas de transmissão e prevenção
Cinthya Leite
Publicado em 16/03/2020 às 13:06
Até agora, houve poucos casos do novo coronavírus entre crianças e adolescentes, mas essa faixa etária precisa se proteger Foto: Freepik/Banco de Imagens


O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) acaba de disponibilizar orientações globais para proteger crianças e escolas durante a epidemia do novo coronavírus. O material inclui ações práticas e listas de verificação para gestores, professores, pais e crianças. O documento foi elaborado pela Federação Internacional das Sociedades da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho (IFRC), o Unicef e a Organização Mundial da Saúde (OMS).

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O material fornece orientações cruciais e uma lista de itens que devem ser verificados para manter as escolas seguras. Também aconselha as autoridades nacionais e locais sobre como criar e implementar planos de emergência para manter as instalações educacionais seguras.

Faça o download do material do Unicef aqui: http://bit.ly/covid-19_escolas

Onde as escolas permanecem abertas, e para garantir que as crianças e suas famílias permaneçam protegidas e informadas, o documento solicita:

- O fornecimento de informações às crianças sobre como elas devem se proteger

- A promoção de melhores práticas de lavagem das mãos e higiene e o fornecimento de suprimentos de higiene

- A limpeza e desinfecção de edifícios escolares, especialmente instalações de água e saneamento

- O aumento do fluxo de ar e ventilação

A nova orientação do Unicef também oferece dicas e listas de verificação úteis para pais e responsáveis, bem como para crianças e estudantes. Essas ações incluem:

- Monitorar a saúde das crianças e mantê-las em casa, se estiverem doentes

- Incentivar as crianças que façam perguntas e expressem suas preocupações

- Tossir ou espirrar em um lenço de papel ou na dobra do cotovelo e evitar tocar rosto, olhos, boca e nariz

Confira a lista de verificação para a família: 

1. Monitore a saúde de crianças e adolescentes e, caso estejam doentes, não os leve à escola

2. Crie e ensine boas práticas de higiene:

Lave as mãos com sabão e água limpa frequentemente. Se água e sabão não estiverem disponíveis, use desinfetantes a base de álcool de no mínimo 60%;

Sempre lave as mãos com água e sabão quando estiverem visivelmente sujas;

Certifique-se de que o lixo seja coletado, guardado e retirado de forma segura;

Em casa, certifique-se de que haja água potável disponível e que os banheiros estejam limpos e disponíveis;

 

Tussa e espirre em lenços de papel ou em seu cotovelo flexionado e evite tocar seu rosto, seus olhos, sua boca e seu nariz

3. Estimule as crianças e os adolescentes a perguntar e expressar seus sentimentos a você e aos professores. Lembre-se que a criança ou adolescente pode reagir de maneiras diferentes ao estresse. Seja paciente e compreensivo 

4. Evite criar estigmas ao mencionar fatos, lembrando que os colegas devem respeitar uns aos outros

5. Coordene com a escola para receber informações e pergunte como você pode apoiar os esforços de segurança da escola (por meio de grupos de pais, mães e professores, por exemplo)

Prevenção além da escola 

A educação pode incentivar estudantes a que se tornem defensores da prevenção e do controle de doenças em casa, na escola e na comunidade, conversando com outras pessoas sobre como evitar a propagação de vírus.

Manter operações escolares seguras ou reabrir escolas após o fechamento exige muitas considerações, mas, quando bem feitas, podem promover a saúde pública. Por exemplo, as diretrizes escolares seguras implementadas na Guiné, na Libéria e em Serra Leoa, durante o surto de ebola de 2014 a 2016, ajudaram a impedir a transmissão escolar do vírus.

O Unicef incentiva ainda os sistemas educacionais - estejam as escolas abertas ou atuando de forma remota - a que forneçam aos alunos um apoio integral. Além de explicar às crianças como proteger a si mesmas e suas famílias, é preciso facilitar o apoio à saúde mental e ajudar a prevenir o estigma e a discriminação, incentivando estudantes para que sejam gentis uns com os outros e evitem estereótipos ao falar sobre o vírus.

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