Pernambuco confirma, nesta terça-feira (21), 218 novos casos da covid-19 registrados nas últimas 24 horas. Com isso, o Estado totaliza 2.908 casos confirmados. Também foram confirmadas laboratorialmente 26 novas mortes. Ao todo, Pernambuco tem agora 260 mortes causadas pelo novo coronavírus. Ainda nesta terça, a Secretaria Estadual de Saúde (SES) divulgará os detalhes dos casos, óbitos, da testagem e da assistência hospitalar.
Até a tarde da segunda-feira (20), o Estado apresentava, na ponta do lápis, 99% dos leitos de unidade de terapia intensiva (UTI) ocupados e, ao mesmo tempo, pacientes graves já esperavam uma vaga, precisando simultaneamente de respiradores. Foi materializada a angústia da doença que se dissemina depressa e deixa muita gente doente ao mesmo tempo. Por isso, muito falávamos na matemática do achatamento da curva para evitar o colapso.
“Mas aquele passo à frente da epidemia não existe mais. Já estamos alinhados: epidemia e leitos. Isso é preocupante à medida em que não estamos praticando o isolamento social ideal. É preciso evitar sair de casa; só o fazer quando for extremamente necessário", ressaltou o secretário Estadual de Saúde, André Longo. Atualmente Pernambuco tem 319 vagas de unidades de terapia intensiva (UTI) do Sistema Único de Saúde (SUS) destinadas a casos suspeitos e confirmados de covid-19 em Pernambuco. Três delas apenas estavam livres até a tarde da segunda-feira (20). O dado é da Central Estadual de Regulação Hospitalar do Estado.
"Esse número impõe uma situação crítica, pois já coloca pessoas na fila de espera (com suspeita ou confirmação de covid-19), aguardando por mais tempo do que deveria por um leito de UTI. É muito preocupante", disse André Longo. O número inclui tanto os leitos para covid-19 do Estado como também os que foram abertos recentemente pela Prefeitura do Recife. Só nas vagas da capital, há 50 pacientes em UTI, segundo a Secretaria de Saúde do Recife.
Ao reconhecer a chegada desta mais temida fase da pandemia em Pernambuco, com o colapso do sistema de saúde, o secretário pede para a população respeitar o isolamento social, cuja taxa está em torno de 50% - vinte pontos percentuais abaixo do mínimo ideal, que é de 70%.
“Todos os modelos matemáticos apontam para curva mais íngreme de aumento de número de casos e mortes, se não fizermos o isolamento social adequado. Esse distanciamento resultará numa curva crescimento da epidemia que certamente levará a um maior número de óbitos, infelizmente”, destacou o secretário. Ele destacou que a dificuldade para se conseguir uma vaga de leito de UTI tem conduzido pacientes do Recife a outras regiões (e vice-versa) em busca de assistência hospitalar. “Para se ter ideia, 26% dos pacientes que estavam no Hospital Mestre Vitalino (Caruaru, no Agreste) tinham origem na Região Metropolitana do Recife, e hospitais na capital podem ter pacientes de outros municípios do Estado. Sempre que a taxa de ocupação está maior do que 80%, há uma zona de criticidade que exige fazer o melhor manejo do leito”, ressaltou.