A noradrenalina, substância que pode ter sido injetada na enfermeira Adriana Frade, de 24 anos, que morreu após tomar um medicamento na veia na última quinta-feira (4) é, na verdade um hormônio da família das catecolaminas, assim como a dopamina e a adrenalina. Ele é produzido pelo corpo para controle cardiovascular.
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Farmacêutico e coordenador do curso de farmácia da Universidade Católica de Pernambuco (Unicap), Leandro Medeiros explica que a noradrenalina ajuda na contração dos vasos sanguíneos e no batimento cardíaco, dois fatores que garantem que a pressão arterial seja constante. "Existem diversos fatores que aumentam e reduzem a pressão. A noradrenalina é o hormônio que causa o aumento da pressão arterial e é utilizada terapeuticamente para tratar quedas grandes de pressão."
Segundo o especialista, o uso é indicado para aumento de pressão em casos graves e deve ser supervisionado sempre por médicos. "São situações graves, que exigem certa urgência, em que há queda brusca de pressão, o que pode diminuir a oxigenação cerebral. O uso deve ser feito com muito cuidado, sob supervisão médica", pontua.
Leandro explica que, ao entrar no organismo, a noradrenalina aumenta a contração dos vasos sanguíneos e também age no coração. "Faz com que ele se contraia com mais facilidade. Assim, o coração bate mais rápido e mais forte e o sangue circula com maior velocidade devido à contração dos vasos. Isso acaba gerando o aumento da pressão."
Entenda o caso
Adriana Frade era enfermeira recém formada pela Universidade de Pernambuco (UPE) e estava no primeiro emprego no Hospital dos Servidores do Estado. Na última quinta-feira (4), a jovem teria pedido a um técnico em enfermagem para aplicar Buscopan na veia, para aliviar sintomas de cólica menstrual. Ela teria convulsionado e tido uma parada cardíaca assim que o medicamento foi aplicado.
A enfermeira chegou a ser reanimada e recuperou os sinais vitais, sendo encaminhada em seguida para a UTI. Na unidade, Adriana sofreu uma segunda parada cardíaca e não resistiu.
As informações repassadas à família e que circularam por grupos de profissionais da saúde em redes sociais são de que o medicamento teria sido trocado. Ao invés de Buscopan, Adriana teria recebido noradrenalina na veia.
Em nota, a instituição informou que um "acidente" foi registrado na quinta-feira envolvendo uma enfermeira "que fez uso de medicação intravenosa, levando-a a graves consequências ao seu estado de saúde." A direção do hospital lamentou a morte da funcionária e informou que está apurando as circunstâncias por meio dos "devidos processos legais, em todas as instâncias cabíveis.
Leia a nota do HSE:
O Hospital dos Servidores do Estado (HSE) registrou, na última quinta-feira (04), um acidente envolvendo uma enfermeira que fez uso de medicação intravenosa, levando-a a graves consequências ao seu estado de saúde. O corpo clínico do hospital adotou todos os procedimentos possíveis para salvar a vida da profissional. No entanto, pela gravidade do quadro, a mesma veio a óbito. A direção do hospital lamenta muito a perda de sua colaboradora e está prestando toda a assistência à família. Os fatos e circunstâncias serão objeto de apuração por meio dos devidos processos legais, em todas as instâncias cabíveis.