Neste Agosto Dourado, mês em que se incentiva o aleitamento materno, desponta um estudo recente feito pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HC/FMUSP) aponta que lactantes que receberam a CoronaVac, vacina produzida pelo Instituto Butantan em parceria com a farmacêutica chinesa Sinovac, apresentam anticorpos contra covid-19 no leite materno, capazes de proteger também os bebês, até quatro meses após a vacinação.
A pesquisa foi realizada com 20 funcionárias que foram imunizadas entre janeiro e fevereiro de 2021. Foram recolhidas nove amostras de leite no total: antes da imunização, quatro vezes depois da primeira dose e três vezes após a segunda dose, com intervalos de sete dias e quatro meses após a vacinação.
A pesquisa mostrou que os níveis de anticorpos do leite materno ainda estavam altos quatro meses após a vacinação. Os auges da produção de anticorpos se deram na segunda semana após a primeira dose e na quinta e na sexta semana após a segunda dose.
A imunização das lactantes e gestantes oferece proteção de duas formas: aos bebês ainda não nascidos, por meio da placenta, com anticorpos IGG, e por meio do leite materno, aos recém-nascidos, com anticorpos IGA.
De acordo com o Ministério da Saúde, cerca de 500 mil grávidas e puérperas com comorbidades já foram vacinadas contra a covid-19 no Brasil. As gestantes se tornaram público prioritário da campanha de vacinação porque a taxa de letalidade da covid-19 entre elas é muito maior que a média (10% para grávidas contra 2% da população em geral). Apenas duas vacinas são recomendadas para as gestantes: uma delas é a CoronaVac. A outra é a Pfizer.