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Saúde e Bem-estar

Por Cinthya Leite e equipe
COLUNA JC SAÚDE E BEM-ESTAR

"Não acreditem em mentiras", diz secretário de Saúde de Pernambuco ao convocar famílias para vacinar crianças contra a covid-19

André Longo lembra que este sábado (26) é marcado pelo "Dia C", mobilização tem como objetivo acelerar a imunização da faixa etária e aumentar a cobertura vacinal

Cadastrado por

Cinthya Leite

Publicado em 25/02/2022 às 11:14 | Atualizado em 25/02/2022 às 11:32
"Vacinar as crianças é uma condição primordial para diminuir a circulação viral e para protegê-las", frisa André Longo - HEUDES RÉGIS/SEI

Infelizmente apenas 33% das 1.182.444 crianças de 5 a 11 anos que moram em Pernambuco iniciaram o esquema vacinal contra a covid-19. Para destravar a imunização desse público, o secretário Estadual de Saúde, André Longo, convoca os pais e responsáveis para o "Dia C", que ocorre neste sábado (26). A mobilização tem como objetivo acelerar a imunização da faixa etária e aumentar a cobertura vacinal. Com muitas famílias em viagem neste fim de semana, quando seria comemorado o Carnaval, o governo não descarta a possibilidade de realizar uma nova campanha focada nesse público infantil, caso os números consolidados revelem ainda baixa adesão nos próximos dias.

É importante frisar que a vacinação continua diariamente nos municípios e, por isso, não é necessário aguardar um novo "Dia C". Imunizar os pequenos é fundamental para diminuir a circulação viral. "Para quem é pai ou responsável por uma criança, não acredite em mentiras. Vacinas são seguras e podem salvar as crianças", diz o secretário Estadual de Saúde, André Longo. 

A superintendente de Imunizações da Secretaria Estadual de Saúde (SES), Ana Catarina de Melo, reforça a importância de os municípios ampliarem o acesso da população à imunização, assim como organizarem seus estoques para garantir a conclusão dos esquemas vacinais dos pequenos. "Ao longo da semana, muitas ações foram realizadas nas escolas, ambiente de grande circulação das crianças. Agora, os gestores municipais devem realizar ações que desburocratizem a vacinação, facilitando o acesso dos seus munícipes. Também é preciso ficar atento ao período da aplicação das segundas doses naqueles que iniciaram seus esquemas com CoronaVac", diz Ana Catarina. Atualmente, 994 crianças que moram em Pernambuco já tomaram a segunda dose contra covid-19.  

O Estado recebeu, na última quarta-feira (23), duas novas remessas de vacinas contra a covid-19 destinadas às crianças. Com o novo quantitativo de 519.800 doses da CoronaVac, que já foi enviado para as 12 Gerências Regionais de Saúde, Pernambuco totaliza, entre Pfizer e CoronaVac, 1.393.540 doses recebidas até o momento para aplicação nas crianças de 5 a 11 anos.

Dúvidas 

Na lista de inquietações que circulam entre as famílias, está uma discussão sobre o fato de não se conhecer o que as vacinas contra covid-19 podem causar a longo prazo. Sobre o assunto, o pediatra Eduardo Jorge da Fonseca Lima, representante da Sociedade Brasileira de Imunizações (Sbim) no Comitê Técnico Estadual para Acompanhamento da Vacinação contra a Covid-19, dá explicações. "A CoronaVac tem tecnologia do vírus inteiro inativado, semelhante a várias vacinas utilizadas há bastante tempo, como a da gripe e a da hepatite A. Portanto, temos segurança para afirmar que o uso na infância é efetivo e com eventos adversos leves."

O pediatra também comenta sobre a vacina pediátrica contra o coronavírus da Pfizer, de tecnologia recente, que emprega o RNAm do próprio coronavírus para estimular a resposta imune do organismo. "Não há interações com o DNA humano e, pouco tempo depois, o RNAm é desintegrado. Portanto, ele não é incorporado ao núcleo das células humanas. Essa é a tecnologia mais utilizada no mundo entre as vacinas contra covid-19. Já foram administradas 3,5 bilhões de doses no mundo em um período de um ano. Esse número expressivo e o relativo pequeno número de eventos adversos notificados traduzem a segurança de uso", garante Eduardo Jorge.

Para a avaliação da segurança a longo prazo, de ambas as vacinas, é necessário um tempo maior de vigilância, segundo o médico. "Mas a plausibilidade biológica (componente de um método de raciocínio que pode estabelecer uma relação de causa e efeito entre um fator biológico e uma determinada doença ou evento adverso) indica que sejam seguras a curto e a longo prazo", explica Eduardo Jorge. Por isso, as vacinas contra covid-19 também reduzem muito as chances de agravamento da infecção na infância. Elas são a ferramenta mais valiosa para a proteção de todas as faixas etárias e, na infância, têm especialmente o potencial de evitar a síndrome inflamatória multissistêmica pediátrica, uma complicação rara e perigosa que pode se manifestar até mesmo após uma infecção leve pelo coronavírus.

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