VARÍOLA DO MACACO AVANÇA: sobe para 885 o número de casos notificados de monkeypox em Pernambuco

A rede estadual de saúde ampliou acesso ao diagnóstico da varíola do macaco
Cinthya Leite
Publicado em 20/09/2022 às 12:06
Todo caso confirmado de varíola do macaco deve cumprir isolamento domiciliar e permanecer afastado até que as feridas tenham cicatrizado completamente Foto: ERNESTO BENAVIDES / AFP


Em Pernambuco, o Centro de Informações Estratégicas de Vigilância à Saúde (Cievs-PE) contabiliza 885 notificações de varíola dos macacos até esta terça-feira (20).

Entre elas, 111 casos de varíola dos macacos já estão confirmados, 278 descartados e 496 casos estão em investigação.

Dos casos em investigação, há uma subdivisão: 444 são suspeitos e 52 prováveis, conforme classificação definida pelo Ministério da Saúde (MS).

Sobre a faixa etária dos casos já confirmados de varíola dos macacos: 0 a 9 anos (6 casos), 10 a 19 anos (10 casos), 20 a 29 anos (36 casos), 30 a 39 anos (34 casos) e 40 a 49 anos (16 casos), 50 a 59 anos (3 casos) e 60 e mais (6 casos). 

Ainda em relação aos casos com diagnóstico laboratorial positivo para varíola dos macacos, 89 são do sexo masculino e 22 do sexo feminino. Desses casos confirmados, todos estão em isolamento domiciliar.

O QUE É UM CASO SUSPEITO DE VARÍOLA DO MACACO?

Já do total de 496 casos de varíola dos macacos que ainda estão em investigação em Pernambuco, 444 são considerados casos suspeitos, quando os pacientes apresentam início súbito de lesão em mucosas e/ou erupção cutânea aguda sugestiva de varíola dos macacos.

Entre os casos suspeitos, 246 são do sexo masculino e 198 do sexo feminino.

As faixas etárias dos casos suspeitos são: 0 a 9 anos (67 casos), 10 a 19 anos (90 casos), 20 a 29 anos (97 casos), 30 a 39 anos (84 casos), 40 a 49 anos (50 casos), 50 a 59 anos (35 casos), 60 e mais (21 casos).

O QUE É UM CASO PROVÁVEL DE VARÍOLA DO MACACO?

Com relação aos casos prováveis de varíola do macaco em Pernambuco, que também estão em investigação, foram registrados 52 casos prováveis. Ou seja, condição em que os pacientes se enquadram como suspeitos e, além da lesão cutânea, apresentam outros critérios, como exposição próxima e prolongada com caso provável ou confirmado de varíola do macaco.

Desses casos prováveis, 38 são do sexo masculino e 14 são do sexo feminino.

As faixas etárias dos casos prováveis de varíola dos macacos são: 0 a 9 anos (5 casos), 10 a 19 anos (8 casos), 20 a 29 anos (15 casos), 30 a 39 anos (9 casos), 40 a 49 anos (13 casos), 50 a 59 anos (1 caso), 60 e mais (1 caso).

Outros 255 casos de varíola dos macacos, em Pernambuco, foram descartados.

VARÍOLA DO MACACO: ONDE HÁ ATENDIMENTO? 

A Secretaria de Saúde de Pernambuco (SES) informa, nesta terça-feira (20), que todas as frentes de atendimento da rede pública estadual já estão estruturadas para receber pacientes suspeitos da varíola do macaco, causada pelo vírus monkeypox.

Os pacientes com suspeita da doença podem ser acolhidos e realizar, na própria unidade de saúde, a coleta de material das lesões cutâneas. Veja onde: 

  • Nas 15 Unidades de Pronto Atendimento 24h (UPAs), que já atuam como referência na rede de urgência e emergência
  • Nas 12 Unidades Pernambucanas de Atenção Especializada (UPAEs), que disponibilizam consultas médicas ambulatoriais no Interior do Estado
  • Em todos os hospitais regionais e as grandes emergências 

Para isso, a SES realiza, nesta semana, a distribuição de três mil kits para coleta de material biológico para todas as unidades da rede estadual.

Além do quantitativo encaminhado, os kits podem ser solicitados diretamente pelos serviços de saúde, inclusive os municipais, mediante preenchimento de formulário e conforme a necessidade.

"Na semana passada, anunciamos que Pernambuco iniciou o processamento de amostras pelo Lacen-PE (Laboratório Central de Saúde Pública de Pernambuco), com o objetivo de ampliar a capacidade de resposta e reduzir o tempo de espera pelos resultados", diz o secretário Estadual de Saúde, André Longo.

Ele informa que, com essa descentralização e a análise das coletas feita no Estado, há condições de aumentar a quantidade do envio de amostras diretamente para o Lacen-PE.

"Por isso, realizamos a entrega dos kits de coleta (que contém swab e tubo seco) para todos os equipamentos da rede estadual, com capacidade de entrega também para a rede municipal. Sendo assim, os pacientes poderão ser atendidos, avaliados e, caso se enquadrem como casos suspeitos, já pode ser realizada a coleta do material das lesões de pele e enviadas diretamente para o Lacen-PE", acrescenta Longo. 

Atualmente, todos os serviços de saúde devem realizar a notificação compulsória e imediata (em até 24 horas) dos casos suspeitos e/ou confirmados de varíola dos macacos.

Em caso suspeito da doença, as vigilâncias municipais devem realizar o rastreamento de contatos.

"Considerando o atual cenário epidemiológico da doença, em que já foi constatada a transmissão comunitária, nosso objetivo é proporcionar o acesso ao diagnóstico em todas as unidades que são porta de entrada do Sistema Único de Saúde (SUS) e garantir o suporte assistencial da monkeypox na rede estadual", diz a secretária-executiva de Vigilância em Saúde de Pernambuco, Patrícia Ismael.

Ela frisa que a necessidade de os municípios participarem do enfrentamento à varíola dos macacos e criarem suas próprias estratégias para descentralizar a coleta de exames.

"Pelo fato de a maioria dos casos apresentar manifestação clínica leve e a doença evoluir geralmente de forma benigna, os pacientes são atendidos prioritariamente nos ambulatórios municipais, nos postos de saúde e nas policlínicas."

Ela salienta que a coleta seja realizada também na atenção primária - seja em locais específicos para isso ou mesmo por meio da vigilância epidemiológica de cada município.

"O importante é garantir, a qualquer pessoa que apresente os sintomas, a possibilidade de ser examinada pelo médico e o acesso à coleta do material para ser analisado pelo Lacen-PE", complementa Patrícia Ismael.

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