Como um zumbi em um filme de terror, o coronavírus pode persistir nos corpos de pacientes infectados muito após sua morte, até mesmo se espalhado para outras pessoas, segundo dois estudos surpreendentes.
O risco de contágio com o vírus da covid-19 é principalmente para as pessoas que lidam com os cadáveres, como patologistas, médicos-legistas e profissionais da saúde, e ocorre em ambientes como hospitais e asilos de idosos, onde podem ocorrer muitas mortes.
Apesar da transmissão do coronavírus por cadáveres não ser um fator de grande importância na pandemia, especialistas alertam para que as famílias enlutadas tomem cuidados.
"Em alguns países, pessoas que morreram de covid-19 estão sendo deixadas sem cuidados ou levadas de volta para suas casas", disse Hisako Saitoh, pesquisadora da Universidade de Chiba, no Japão, que publicou os dois estudos recentes.
"Portanto, acho que é uma informação que o público geral deve ter", destacou ela em entrevista para o The New York Times.
VÍRUS DA COVID-19 PODE SER ENCONTRADO EM CADÁVERES ATÉ 17 DIAS APÓS A MORTE
Apesar dos dois estudos publicados pela cientista japonesa ainda não terem sido publicados em uma revista científica, especialistas externos afirmam que os resultados são convincentes.
De acordo com Vincent Munster, especialista em vírus do Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas dos Estados Unidos, apesar do risco de transmissão do vírus da covid-19 ser menor, "há sempre um risco de infecção".
Vários estudos conclusivos demonstraram que corpos com até 17 dias após a morte possuem vestígios de vírus infecciosos, como o da covid-19.
Apesar do manuseio de cadáveres ser algo controlado em países como o Brasil e Estados Unidos, outros, como a Holanda, permitem que membros da família possam lavar e vestir os corpos.