A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) condenou, nesta terça-feira, 1º, a postura racista de algumas fabricantes de pomadas modeladoras de cabelo durante uma reunião no dia 17.
Os produtos estão com a venda proibida desde o início do mês de fevereiro após terem causado efeitos colaterais adversos em clientes, como cegueira temporária e ardência nos olhos.
Na nota divulgada pela Anvisa, a agência conta que fabricantes das marcas suspensas teriam apontado "a prática dos usuários de não lavar os cabelos trançados por diversos dias" como causa dos efeitos colaterais.
A agência declarou que "tais falas levantaram questionamentos sobre eventual aspecto discriminatório e racista" e que a Anvisa "rejeita e abomina qualquer forma de discriminação, em especial o racismo".
Os autores das falas não foram identificados, e a Anvisa não revelou quais medidas foram tomadas após as declarações.
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CASO DAS POMADAS MODELADORAS
No último dia 10, a Anvisa proibiu a comercialização de todas as marcas de pomadas para modelar e trançar os cabelos no Brasil após centenas de pessoas terem dado entrada em unidades de emergência, relatando os efeitos adversos.
A medida, com caráter preventivo, veio após 27 produtos de fabricantes já terem sido suspensos enquanto a agência dava início às investigações.
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Além da perda temporária da visão e da irritação nos olhos, as vítimas também relataram sintomas de lacrimejamento intenso, coceira, vermelhidão, inchaço ocular e dor de cabeça.
Na reunião do dia 17, a Anvisa disse ter contabilizado 780 casos de intoxicação exógena - quando é provocada pelo contato com substâncias químicas - nos olhos.