O Brasil passa por um aumento no número de casos de influenza A H1N1 em adultos.
A informação está no boletim InfoGripe da Fiocruz, divulgado na quinta-feira (1º).
Em Alagoas, Amazonas, Amapá, Bahia, Mato Grosso, Pará, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe, pode-se observar um possível sinal de crescimento de síndrome respiratória aguda grave (srag) em algumas parcelas da população adulta.
Na Paraíba, Mato Grosso e Rio Grande do Sul, o aumento de srag recente foi observado em todas as faixas etárias, sendo mais expressivo no estado gaúcho.
O balanço da Fiocruz também revela que se mantém a queda de casos positivos para covid-19 entre os adultos.
Já entre as crianças, principalmente na faixa etária até 2 anos de idade, o boletim mostra que há manutenção do crescimento significativo de novos casos semanais e de internações por vírus sincicial respiratório (VSR).
O VSR está entre os principais agentes responsáveis por infecções respiratórias agudas em recém-nascidos e crianças menores de 2 anos. O vírus causa uma doença leve e semelhante a um resfriado, mas também pode causar doenças graves, como bronquiolite.
Em relação ao VSR nas crianças até 2 anos, há sinal de crescimento no Acre, Amazonas, Alagoas, Amapá, Bahia, Ceará, Maranhão, Minas Gerais, Mato Grosso, Pará, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Rondônia, Roraima e Sergipe.
A análise do InfoGripe é referente à semana epidemiológica de número 20, que compreende o período de 14 a 20 de maio.
O pesquisador Marcelo Gomes, coordenador do InfoGripe, destaca que, na população a partir de 15 anos, verifica-se um cenário que já vinha se desenhando durante o mês de abril e que se consolidou em maio.
Ele observa que, nas últimas quatro semanas (23 de abril a 20 de maio), cerca de 31% dos casos positivos de srag em pessoas a partir de 15 anos estavam associados ao vírus influenza A, sendo o vírus H1N1 a maioria dos subtipados.
No mês de março, cerca de 9% foram influenza A, subindo para 22% em abril.
Enquanto isso, o vírus da covid-19 saiu de um patamar de 80% dos casos positivos em março para um percentual de 53% nas últimas quatro semanas nesse mesmo público.
Entre as capitais brasileiras, 14 apresentam sinal de crescimento de srag: Belém (PA), Belo Horizonte (MG), Cuiabá (MT), João Pessoa (PB), Macapá (AP), Maceió (AL), Manaus (AM), Natal (RN), Porto Alegre (RS), Porto Velho (RO), Recife (PE), Rio Branco (AC), Salvador (BA) e Teresina (PI).
"Enquanto em algumas dessas capitais o sinal é compatível com oscilação em período de baixa atividade, em outras se observa manutenção de crescimento expressivo de srag apenas entre as crianças. No entanto, também é possível identificar crescimento no número de capitais com aumento também na população adulta, decorrente de aumento recente nos casos associados aos vírus influenza A e B", destaca Marcelo Gomes.
No cenário epidemiológico geral do País, há sinal moderado de crescimento de srag na tendência de longo prazo (últimas seis semanas) e de estabilidade na de curto prazo (últimas três semanas).
Das 27 unidades federativas do Brasil, 19 apresentam tendência de crescimento.
Nas quatro últimas semanas epidemiológicas, a prevalência entre os casos como resultado positivo para vírus respiratórios foi de: influenza A (17,8%); influenza B (6,9%); VSR (45,7%) e coronavírus/covid-19 (23,5%).
Entre os óbitos, a presença destes mesmos vírus entre os positivos foi de: influenza A (20,9%); influenza B (12,3%); VSR (10,4%) e coronavírus/covid-19 (51,7%).