GRIPE: Enquanto vacinas sobram, Pernambuco acumula 141 casos graves de gripe, com 19 mortes

Mais de 900 mil pessoas no Estado de Pernambuco ainda não foram aos postos de saúde para se vacinar contra a gripe
Cinthya Leite
Publicado em 03/06/2023 às 15:37
Mais de 100 pacientes infectados por influenza, em Pernambuco, evoluíram com quadro grave Foto: RAWPIXEL/CHANIKARN THONGSUPA


Precisamos retomar a confiança da população nas vacinas. Infelizmente, a realidade mostra que a sociedade tem deixado de lado a procura pela imunização. Os dados da campanha nacional contra a gripe, em meio à alta de casos em todo o Brasil, mostram que a baixa cobertura vacinal permanece. 

Mais de 900 mil pessoas no Estado de Pernambuco ainda não foram aos postos de saúde para se vacinar contra a gripe.

A imunização, gratuita, é a forma mais eficaz de prevenção contra a doença e suas complicações

O Programa Estadual de Imunizações (PEI-PE) já recebeu e encaminhou para as gestões municipais mais de 2,9 milhões de doses do imunizante. Mas pouco mais de 1,9 milhões foram aplicadas

Apesar de as unidades básicas de saúde estarem abastecidas com a vacina, que evita agravamento da infecção pelos vírus da influenza e óbitos, Pernambuco já contabiliza este ano 141 casos graves de gripe (síndrome respiratória aguda grave, conhecida pela sigla srag). Desse total, 19 morreram

Os dados deste ano, divulgados pela Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE), a pedido da reportagem deste JC, levam em consideração as notificações até a semana epidemiológica 21, que terminou no último dia 27 de maio. 

Até essa data, Pernambuco confirmou 141 casos graves (srag) decorrentes da infecção pelos vírus influenza.

Desse total, 43 casos de srag foram de influenza A (42 do subtipo H1N1 e 1 não subtipado) e 98 do tipo influenza B.

Dos casos graves (srag) por influenza, 19 evoluíram para o óbito: sendo 15 provocados pelo influenza B e 4 pelo A H1N1

Doença prevenível por vacina, a gripe pode ser grave e levar à morte pessoas do grupo de risco. Muitos questionam por que, mesmo imunizados, são infectados. A questão é que, mesmo quem está vacinado, pode ter sintomas de gripe, mas os riscos de evoluir para um quadro grave da doença é bem menor quando se toma o imunizante. 

Com vacinas sobrando, o Estado de Pernambuco decidiu prorrogar a Campanha Nacional de Vacinação contra a Influenza até o dia 30 de junho.

A manutenção da campanha se dá devido à baixa cobertura vacinal e à presença de doses do imunobiológico nos estoques municipais.

No Estado, segundo dados divulgados esta semana, pouco mais de 1,9 milhão de doses foram aplicadas desde o início da estratégia de vacinação.

O volume representa uma cobertura vacinal baixíssima: de 55,94%. A meta é vacinar pelo menos 90% das pessoas que fazem parte dos grupos de risco, como crianças, idosos e gestantes. 

A campanha nacional contra gripe começou no dia 10 de abril apenas para públicos prioritários. E no dia 12 de maio, o Ministério da Saúde (MS) orientou os Estados a realizarem a ampliação das ações para população a partir dos 6 meses de idade.

Até o momento, somente 14 municípios pernambucanos atingiram a meta de 90% de cobertura.

"Diante do cenário de baixa cobertura, os municípios estão realizando estratégias diferentes de intensificação, como busca ativa vacinal (casa a casa), ações em escolas, indústrias, feiras livres, horário ampliado de Unidades Básicas de Saúde (UBS) ou pontos de vacinação", ressalta a coordenadora do Programa Estadual de Imunização, Magda Costa.

A secretária Estadual de Saúde, Zilda Cavalcanti, destaca a importância da população comparecer aos postos de vacinação, devido à baixa adesão e ao período de sazonalidade para adoecimento relacionados aos vírus respiratórios, principalmente em populações de maior risco.

"A vacina é muito importante. A gente que cuida de quem gosta precisa se vacinar. A campanha de vacinação foi prorrogada, mas a gente precisa lembrar que a vacina é sempre. Quando a gente ama, a gente cuida. E quem cuida se vacina", destaca Zilda.


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