Após enfrentar alto risco de falta de insulina, Ministério da Saúde recebe 473 mil canetas de ação rápida

Medicamento é essencial para pessoas com diabetes tipo 1
Cinthya Leite
Publicado em 23/06/2023 às 12:55
A insulina de ação rápida é imprescindível para pessoas que convivem com a diabetes tipo 1 Foto: REPRODUÇÃO/INTERNET


No mês marcado pelo Dia Nacional do Diabetes (26 de junho), a Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD) traz uma boa notícia: o Ministério da Saúde receberá, na mesma data, 473 mil canetas do análogo de insulina de ação rápida, asparte, produzidas pela Novo Nordisk.

O medicamento é essencial para pessoas com diabetes tipo 1.

"Graças à união de sociedades de profissionais de saúde, associações representativas de pessoas com diabetes e, principalmente, ao empenho do Ministério da Saúde, conseguimos resolver a questão das insulinas análogas de ação rápida, no nosso País, através da SBD, especificamente de seu Departamento de Saúde Pública, com a Dra. Karla Melo", afirma o presidente da SBD, Levimar Araújo.

"Foi adquirido novo lote (do medicamento) e, assim, esperamos que não tenha falta de insulina", completa o presidente.

Essa era uma preocupação da entidade, já que a insulina de ação rápida é imprescindível para pessoas que convivem com a diabetes tipo 1 (ocorre quando o pâncreas não produz ou produz pouco esse hormônio, insuficiente para exercer sua ação de fazer com que a glicose entre nas células).

Por isso, é necessária a aplicação da insulina, em forma de caneta, antes das refeições, para cobrir a necessidade de insulina nas 24 horas do dia.

Em abril, o Tribunal de Contas da União (TCU) havia identificado redução importante do análogo de insulina de ação rápida no estoque do Ministério da Saúde, o que trouxe o alerta para a SBD e outras entidades parceiras que atuam em prol das pessoas com diabetes.

Coordenadora do Departamento de Saúde Pública da SBD, Karla Melo destaca a quantidade expressiva de canetas que serão entregues ao Ministério da Saúde, assim como a disponibilidade da Novo Nordisk para dispor desses medicamentos.

"A SBD gostaria de agradecer o empenho e a união de todos os parceiros envolvidos neste processo, como TCU, a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), o Instituto Diabetes Brasil (IDB), a ADJ - Diabetes Brasil, a Novo Nordisk e o Ministério da Saúde. Todos juntos, fazemos mais e melhor", diz Karla. 

QUAL É A FUNÇÃO DA INSULINA? 

A insulina de ação rápida é utilizada para manter o controle da glicemia toda vez que a pessoa com diabetes faz alguma refeição ou quando a taxa de glicose sobe acima do valor ideal e faz com que volte aos níveis adequados para o organismo.

Por ter uma ação rápida, como o próprio nome diz, essa insulina é fundamental para o controle da diabetes.

A terapia utilizando a insulina de longa ação e a de ação rápida é indicada para a maioria das pessoas com diabetes do tipo 1 e é fundamental para a manutenção da vida delas.

A diabetes atinge cerca de 400 milhões de pessoas em todo o mundo.

É uma doença prevalente não apenas pelo número de casos, como também por suas comorbidades, já que a diabetes é a primeira causa de cegueira e de amputações de membros inferiores, bem como de doenças cardiovasculares.

INSULINA: O QUE É, PARA QUE SERVE E COMO APLICAR? 

PARA QUE SERVE A INSULINA?

Em nota publicada em abril sobre o risco desabastecimento de insulina, a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) cobrou ações urgentes para evitar a falta da medicação. No documento, a entidade detalhou que o produto é usado no dia a dia de quem tem diabetes, de três a quatro vezes por dia, especialmente em pacientes jovens, adolescentes ou pessoas com diabetes do tipo 1.

"A falta da insulina de ação rápida pode agravar o quadro da pessoa com diabetes e gerar diversas complicações. A SBEM ressalta que a falta do medicamento pode acarretar grandes prejuízos à saúde desta população", disse a entidade médica. 

O QUE ACONTECE SE A PESSOA NÃO TOMAR INSULINA? 

A falta da insulina de ação rápida, segundo ressalta a SBEM, pode desencadear o aumento da glicemia e, consequentemente, levar a um quadro de cetoacidose (condição em que há descompensação da glicemia, que leva à desidratação e pode culminar em perda da consciência) e, em casos mais graves, no coma de cetoacidose.

 

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