Até o ano de 2025, são esperados 704 mil novos casos de câncer, segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca).
Receber o diagnóstico dessa doença pode abalar a saúde mental do paciente. Exames, tratamentos e a espera por resultados causam angústia e medo para toda a família.
Por isso, a saúde emocional precisa de atenção para que a jornada da doença não traga reações intensas o tempo todo.
Uma ferramenta importante são os grupos de apoio, que proporcionam o compartilhamento de experiências, colaboram para enfrentamento do câncer e agregam valor ao tratamento na medida em que engaja o paciente e os familiares.
"O paciente com câncer passa por diversas fases de adaptação e, em cada uma delas, existem dificuldades, mas a troca de experiência entre pessoas que estão passando pelo mesmo processo ajuda na melhora da saúde mental e garante momentos de relaxamento e descontração", explica a psicóloga da Multihemo/Grupo Oncoclínicas Renata Sales.
Na Multihemo Oncoclínicas, clínica oncológica no Recife, o Programa de Promoção à Saúde (PAPO) promove encontros presenciais para favorecer o diálogo e o convívio em grupo.
"A programação é elaborada por uma equipe multidisciplinar composta por enfermeiros, oncologistas, psicólogos, farmacêuticos e nutricionistas. Além de rodas de conversas e palestras, trazemos oficinas que abrangem áreas como artesanato e culinária, entre outras", afirma Renata.
Para os pacientes com câncer, os encontros impactam positivamente em suas rotinas e no bem-estar, além de aumentar seus conhecimentos.
"É muito bom para nossa saúde participar dessas dinâmicas porque mostra o quanto podemos nos tratar com alegria e satisfação, além de nos ajudar a desenvolver novas habilidades. É sempre uma experiência maravilhosa", afirma Lúcia Márcia Donato Quirino.
Além de grupos, o acompanhamento psicológico individual pode minimizar a ansiedade de quem enfrenta o câncer.
"O suporte de um psicólogo ajuda o paciente a enfrentar a nova realidade, além de colaborar na superação de sentimentos negativos como baixa autoestima, desânimo e frustração", diz Renata.
Ela acrescenta que, com o engajamento no processo terapêutico, os pacientes conseguem manejar repercussões psicossociais do diagnóstico/tratamento com mais facilidade e desenvolvem competências internas para enfrentamento.
"Eles conseguem tomar decisões com mais segurança e, especialmente, têm maior compreensão dos próprios sentimentos", finaliza Renata Sales.