Esta terça-feira (26 de setembro) é marcada pelo Dia Mundial da Contracepção. Aproveitamos o momento para divulgar um estudo realizado pelo Instituto Ipec, feito a pedido da divisão farmacêutica da multinacional alemã Bayer.
O levantamento revela que 43% das brasileiras internautas já usaram a pílula do dia seguinte, embora 52% dessas mulheres afirmem que a quantidade de hormônios nos métodos influencia em sua escolha.
O estudo constatou que o uso do medicamento é mais alto entre as mulheres entre 25 e 34 anos. Se observada a disseminação dessa prática, o fato se configura em um paradoxo relevante.
"As pílulas do dia seguinte possuem 1,5 mg do hormônio levonorgestrel, quantidade bastante alta quando comparada a outros métodos contraceptivos", afirma o vice-presidente médico da Divisão Farmacêutica da Bayer no Brasil e na América Latina, Eli Lakryc.
"Para efeitos de comparação, uma única dose (da pílula do dia seguinte) equivale a meia cartela da pílula anticoncepcional padrão. Por isso, o uso indiscriminado causa efeitos colaterais consideráveis no organismo, como náuseas, sangramentos fora do período menstrual, dores abdominais, cansaço excessivo, dores de cabeça, sensibilidade nas mamas e vertigens", acrescenta.
Entre as respondentes que já recorreram ao medicamento, 32% afirmam que não usam atualmente nenhum método anticoncepcional.
Ainda em relação àquelas que já buscaram prevenção de emergência, 33% disseram utilizar as pílulas contraceptivas e 24%, os preservativos.
Apenas 5% das mulheres realizam a combinação entre os dois métodos (pílula e preservativo), enquanto 82% admitem não utilizar preservativos, o que potencializa riscos de infecções sexualmente transmissíveis (ISTs).
"Sabemos que os preservativos são um eficaz contraceptivo para evitar gravidez, mas atualmente ainda são o único método capaz de evitar diversas infecções sexualmente transmissíveis", ressalta Eli Lakryc.
Embora a eficácia contraceptiva de ambos os métodos (pílula e preservativo) seja
considerada alta (98%), diversos fatores podem influenciar negativamente esse índice.
No caso da pílula oral, o uso irregular ou incorreto, a administração de antibióticos, antidepressivos e anticonvulsivantes, vômitos e consumo de álcool são alguns dos fatores que podem comprometer seu princípio ativo.
Já em relação aos preservativos, as más utilização e conservação são as principais causas de sua falta de sucesso.
DIU HORMONAL: CONTRACEPTIVOS DE LONGA DURAÇÃO
Segundo Eli Lakryc, muitas mulheres evitam certas alternativas por desconhecimento sobre suas reais características.
"O DIU hormonal, por exemplo, é um dos métodos contraceptivos mais eficazes que existem, com um índice de sucesso de 99,8% e ação de cinco anos, proporcionando mais segurança e conforto e impactos hormonais reduzidos. Além disso, por conter apenas progestágeno e promover a liberação de hormônio localmente no útero - e não na corrente sanguínea - o risco associado às tromboses é menor", ressalta.
Há ainda outras questões a serem desmistificadas.
"Existe a percepção de que a inserção do DIU causa muita dor. Mas, além de os materiais dos DIUs hormonais serem muito flexíveis, hoje existem opções modernas no mercado com tamanho menor e menos quantidade de hormônios, que podem se adaptar perfeitamente ao corpo da mulher", explica Eli Lakryc.
"Além da contracepção, os DIUs hormonais também são eficientes em alguns tratamentos, como no sangramento uterino anormal. Por isso, é muito importante levar conhecimento para a população, pois ainda existem muitos mitos que envolvem os métodos contraceptivos de longa duração."
O DIU hormonal tem contribuído com o planejamento familiar. Atualmente, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), 170 milhões de mulheres em todo mundo utilizam algum tipo de DIU.
Atualmente, os DIUs hormonais fazem parte do rol de procedimentos da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).