O cortisol, também conhecido como "hormônio do estresse", atua em outras diversas funções complexas no organismo.
Por exemplo, o cortisol tem efeito importante no Sistema Nervoso Central (SNC), a nível da memória, atenção, sono, estado emocional, etc.
Além disso, também está relacionado com a produção de glicose (açúcar) pelo fígado e tem efeito anti-inflamatório e imunossupressor, segundo um estudo da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP), de Portugal.
Os baixos níveis do hormônio podem estar relacionados com a Doença de Addison, e as altas taxas, com a Síndrome de Cushing.
A seguir, a médica Renata Carriço (CRM PE 24112) explica as relações do cortisol com a saúde e o bem-estar.
"O cortisol atua desde o ciclo menstrual à regulação dos níveis de glicose, estresse e insulina. Ou seja, ele age em vários tipos de células e glândulas do corpo, regulando vários tipos de processos do metabolismo corporal", explica.
Síndrome de Cushing: o que é?
De acordo com Renata, o cortisol alto têm tendência a causar uma inflamação basal corporal. Isso pode levar a um desequilíbrio no controle de produção e utilização da insulina pelo corpo.
Inclusive, pode haver uma certa resistência ao hormônio que metaboliza a glicose, o que pode levar a um quadro de diabetes em quem tem predisposição genética à doença.
Os altos níveis de cortisol no organismo são responsáveis pelo surgimento da Síndrome de Cushing - Hipercortisolismo.
"Em relação aos fatores externos, a causa da doença também pode estar relacionada ao uso prolongado de corticoides, como ocorreu durante a pandemia de Covid-19", diz.
Sintomas
Alguns pacientes podem apresentar:
- Irregularidade menstrual;
- Aumentado risco cardiovascular;
- Intolerância à glicose ou desenvolvimento de diabetes;
- Inchaço;
- Ganho de peso;
- Irritabilidade;
- Acúmulo de gordura.
O acúmulo de gordura pode ocorrer, sobretudo, no tronco e na face, o que deixa o rosto com um formato mais arredondado (chamado de face em lua cheia).
Cortisol alto: o que é bom para diminuir as taxas?
Renata: É possível regular o nível de cortisol no organismo através de medidas simples. A primeira seria dormir o tempo necessário para se sentir descansado.
Tem pessoas que dormem cinco, seis ou oito horas para poder ficar bem durante o dia. Além do sono de qualidade, ter uma alimentação balanceada com exercícios físicos faz toda a diferença.
Até a meditação ajuda, assim como fazer caminhadas e sair com amigos. O controle do hormônio vai muito além de medicamentos. Aliás, manter um estilo de vida saudável gera uma manutenção do cortisol ainda melhor.
Fontes:
Oscilações do cortisol na depressão e sono/vigília (Eduardo Marinho Saraiva (Aluno da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP); J. M. Soares Fortunato (Regente de Fisiologia da FMUP) e Cristina Gavina (Regente de Fisiologia da FMUP).
Especialista entrevistado: Médica Renata Carriço (CRM PE 24112) - Clínica Médica.
*É importante consultar um médico especialista para o diagnóstico adequado. Esta matéria tem apenas fins educativos.