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Saúde e Bem-estar

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SAÚDE

DIABETES: melhores alimentos para diabéticos; veja o que comer para controlar glicose

Veja recomendações para uma boa alimentação voltada a diabéticos

Cadastrado por

Flávio Oliveira

Publicado em 05/01/2024 às 7:22 | Atualizado em 05/01/2024 às 7:25
A ingestão de açúcar deve ser observada por aqueles que têm diabetes. - REPRODUÇAO: FREEPIK

O diabetes mellitus (DM) é uma condição metabólica crônica resultante de diversas alterações fisiopatológicas, levando a uma elevação persistente da glicemia (concentração de açúcar no sangue).

De acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes, mais de 13 milhões de pessoas no Brasil vivem atualmente com essa doença, representando 6,9% da população nacional. Apesar da existência de alguns fatores de risco, a causa específica desse tipo de diabetes permanece desconhecida.

Para aqueles que convivem com o diabetes, é crucial seguir recomendações alimentares específicas para manter os níveis de glicose dentro da faixa ideal.

Quais são os tipos de diabetes?

O diabetes mellitus pode se apresentar de várias formas, com diversos tipos diferentes. Independente do tipo, com o surgimento de qualquer sintoma descrito abaixo é fundamental que o paciente procure com urgência o atendimento médico especializado para dar início ao tratamento.

Pré-diabetes

Acontece quando os níveis de glicose no sangue estão mais altos do que o normal, mas ainda não estão elevados o suficiente para caracterizar um diabetes Tipo 1 ou Tipo 2. É um sinal de alerta do corpo, que normalmente aparece em obesos, hipertensos e/ou pessoas com alterações nos lipídios.

Diabetes tipo 1

De causa desconhecida, resulta essencialmente da destruição súbita e irreversível das células pancreáticas, geralmente por inflamação autoimune. Ele se manifesta com mais frequência em adultos, mas crianças também podem apresentar. Pessoas com parentes próximos que têm ou tiveram a doença devem fazer exames regularmente para acompanhar a glicose no sangue.

Diabetes tipo 2

Esse tipo ocorre quando o corpo não aproveita adequadamente a insulina produzida. A causa do diabetes tipo 2 está relacionada ao sobrepeso, sedentarismo, hipertensão, triglicerídeos elevados e hábitos alimentares inadequados.

Assim, é preciso manter acompanhamento médico para tratar, também, de outras doenças que podem aparecer junto com o diabetes. Cerca de 90% dos pacientes diabéticos no Brasil têm esse tipo.

É importante prestar atenção ao Diabetes Latente Autoimune do Adulto (LADA), um agravamento do diabetes tipo 2. Caracteriza-se, basicamente, no desenvolvimento de um processo autoimune do organismo, que começa a atacar as células do pâncreas. 

Diabetes gestacional

Ocorre temporariamente durante a gravidez. As taxas de açúcar no sangue ficam acima do normal, mas ainda abaixo do valor para ser classificada como diabetes tipo 2. Esse tipo afeta entre 2 e 4% de todas as gestantes e implica risco aumentado do desenvolvimento posterior de diabetes para a mãe e o bebê.

 

Sintomas da doença

Os principais sintomas do diabete são fome e sede excessiva e vontade de urinar várias vezes ao dia. Existem também alguns sintomas específicos em cada tipo da doença.

Tipo 1

Tipo 2

Como é feito o diagnóstico?

Em geral, o médico solicita exames para diagnosticar ou não o paciente. Porém, um dos principais problemas resulta dos sintomas passarem muitas vezes despercebidos, levando a um diagnóstico tardio. Por isso, observar os sintomas é fundamental.

Existem alimentos "proibidos" para quem é diabético?

Em entrevista ao JC, a nutricionista Cinthia Calado, Especialista em Nutrição Clínica pelo Hospital das Clínicas/UFPE e Mestranda na Universidade Federal de Pernambuco, explicou se de fato existem alimentos contraindicados para diabéticos.

"As contraindicações alimentares para o paciente que tem diabetes são, principalmente, com relação ao açúcar, em especial o açúcar de mesa, além de produtos industrializados que tenham adição de açúcares. Esses devem ser completamente restritos da dieta para quem é diabético".

AÇÚCAR; ADOÇANTE; ASPARTAME - REPRODUÇAO: FREEPIK

As gorduras saturadas também são um ponto de atenção na dieta, como ela explica: "Isso também se aplica às gorduras: a gordura saturada - presente na manteiga, no leite e aparente nas carnes - também não é tão indicada, podendo estar presentes em até 7% do valor energético total, ou seja, o consumo tem que ser mínimo".

O que alguém com diabetes deve incluir na dieta?

A nutricionista Stella Carvalho reforça a necessidade de uma dieta individualizada, para atender às especificidades de cada um. Porém, há algumas indicações gerais que devem ser seguidas na alimentação dos diabéticos, segundo a profissional.

"Não passar períodos longos em jejum, principalmente aqueles indivíduos que fazem uso de insulina, além de consumir alimentos mais naturais e menos industrializados, sempre aumentando o consumo daqueles que são ricos em fibra", são algumas das recomendações da nutricionista.

Quanto aos alimentos, uma dieta adequada e boa ingestão de água são importantes. "As raízes, como inhame, cará, macaxeira, batata-doce, além do feijão, soja, lentilha, grão de bico, aveia, fruta-pão, arroz integral, banana são alimentos que têm um perfil de fibra maior. Paralelo a isso, sempre fazer a ingestão adequada de água, que calculada pelo peso". 

O "truque do abacaxi" para quem tem o diagnóstico de diabetes funciona ou é mito?

Dietas milagrosas surgem em diversos lugares e, recentemente, o chamado "truque do abacaxi" ganhou adeptos. Esse consiste em comer uma rodela de abacaxi fresco e gelado em jejum pela manhã, com a explicação de que a fruta oferece energia ao corpo, sendo uma escolha com baixo índice glicêmico.

Porém, as profissionais são categóricas quanto a esse método: não existe comprovação científica.

"Esse é mais um mito com relação à alimentação dos diabéticos. As frutas, na verdade, são bastante discutidas. O que acontece é que as que possem um pouco mais de carboidrato vão ser consumidas em menor quantidade, enquanto que frutas que têm menos carboidrato podem ser consumidas em uma quantidade maior. Além disso, recomenda-se que a essas frutas sejam adicionadas fibras ou gorduras boas. As fibras seriam a aveia, semente de lichia, enquanto que as gorduras boas teriam nas castanhas as principais fontes", recomenda a nutricionista Cinthia Calado.

Stella Carvalho complementa: "Não restringimos fruta, mas o consumo deve ser em porções adequadas para cada indivíduo. Isso é alinhado com o nutricionista mediante uma consulta e normalmente, na minha prática clínica, recomendo que os pacientes nestas condições não consumam frutas que estejam mais maduras. Porque quanto mais madura está a fruta, maior a concentração de frutose, o açúcar presente. Por exemplo, entre uma banana que acabou de amadurecer e uma que já está madura, a última é mais doce porque concentrou a frutose". 

Esta matéria foi escrita após consulta às nutricionistas Cinthia Calado (CRN6-29422) e Stella Carvalho (CRN6-34900).

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